O médico infectologista, Márcio Gaggini, responsável clínico do Cadip – Centro de Atendimento a Doenças Infecto Contagiosas e Parasitárias – negou que existam casos suspeitos de coronavírus em Fernandópolis. Segundo ele, há apenas dois casos de síndromes gripais de pacientes que não se encaixam nos protocolos de segurança, por não terem viajado para fora do país e nem mantido contato com pessoas que viajaram.
Ainda segundo o médico, mesmo não se encaixando nos protocolos, os exames deles foram encaminhados para Rio Preto para testar contra Influenza, apenas por precaução, caso dê negativo, ai sim será testado para Covid-19.
“Não temos nenhum caso na cidade dentro do protocolo de casos suspeitos. Estamos tendo alguns casos de síndromes gripais que podem estar num diagnóstico diferencial de coronavírus, mas também podem ser uma influenza. Por isso estamos nos antecipando. É uma medida mais por precaução”, disse o médico em entrevista ao programa Rotativa no Ar da Rádio Difusora.
O médico relatou que Fernandópolis já adotou plano de atendimento para enfrentar o cenário que vem pela frente. Todas as Unidades Básicas de Saúde já estão orientadas sobre os procedimentos quando receber pessoas com síndromes gripais ou resfriados.
“Vão receber máscaras, álcool gel e ter prioridade de atendimento para evitar disseminar o vírus. Os casos de síndromes gripais com complicações serão encaminhados para atendimento no Cadip e os casos mais graves com síndrome respiratória, seguem para a Santa Casa para internação”, explicou.
As medidas valem também para a UPA – Unidade de Pronto Atendimento – que inclusive reservou área exclusiva para os atendimentos, separada de outros pacientes. A mesma medida foi adotada no Cadip, que atenderá todos os casos em local reservado.
A orientação é que os pacientes com síndromes gripais mais severas, mesmo aqueles que não se enquadrem no protocolo atual, sejam mantidos em isolamento pelo período de 14 dias, por precaução. “O fato de estarmos isolando essa pessoa não significa risco de morte, mas apenas precaução para evitar disseminar o vírus, caso esteja contaminado com o coronavírus”, explicou
O médico informou ainda que o Cadip vai funcionar no horário noturno na semana que vem, de segunda a sexta-feira, das 19 às 21 horas, para atender pessoas com síndromes gripais que entram como fator de risco. Na outra semana, a partir do dia 23, o Cadip vai reservar exclusivamente o horário da tarde para atendimento relativo a estes casos.
“Não sabemos como vai se desdobrar a situação do coronavírus no Brasil nas próximas semanas. O que estamos falando hoje, pode mudar amanhã. Estamos esperando aumento de casos e a chegada do vírus na região. Temos que estar preparados para o que vem por ai”, destacou o médico.
Uma reunião na tarde desta sexta-feira na Santa Casa iria definir o plano de contingência do hospital para atender casos da doença. Inicialmente fala-se em destinar quatro leitos de UTI para os pacientes graves, podendo ser ampliado, além da destinação de uma Unidade inteira para isolar pacientes que precisem de internação.
O infectologista alertou as pessoas com mais de 60 anos e com doenças crônicas que evitem locais com aglomeração nas próximas semanas por conta do coronavírus. Esse é o grupo com maior risco de mortalidade.
Fernandópolis monta plano para enfrentar o coronavírus
Em isolamento na Itália, jornalista de Fernandópolis diz que está bem
A jornalista fernandopolense Josiane Donelli está em Milão, na Itália, para onde viajou no início do mês. Nas redes sociais ela postou mensagem de que está em isolamento, por precaução, para evitar o contágio do coronavírus.
“Estou recebendo muitas mensagens de familiares e amigos preocupados, fiquem tranquilos que estou me cuidando e estamos protegidas! Principalmente a TV está deixando todos em pânico com as notícias daqui. Desde o anúncio do Primeiro - Ministro da Itália Giuseppe Conte, sobre o bloqueio, foi encerrada as atividades comerciais em toda a Itália", escreveu.
Segundo Josiane, o governo italiano exige que todas as pessoas na Itália provem a necessidade de viajar para fora das áreas onde vivem. “Meu voo e da minha amiga Cristina Franco foi cancelado pela American Airlines, pois tinha conexão em Miami nos Estados Unidos. Então, não podemos sair do país. E esperamos que tudo se resolva logo”, completou.
Canadá
Do Canadá, país que também ganhou destaque na mídia mundial após a primeira-dama Sophie Grégoire Trudeau, ser diagnosticada com coronavírus, ex-professora da Etec e do curso de jornalismo da FEF, Patrícia Guilhemat, fez uma live, pelo Facebook, com relatos sobre a reação da população diante da doença que assombra o mundo.
Segundo ela, que está morando no Canadá há mais de dois anos, a situação não é de pânico, mas de muita cautela tanto por parte do governo, como dos próprios habitantes, que começaram a estocar comida em casa.
“O que vemos muito é que as pessoas estão fazendo estoque de comida em casa, pois aos poucos as coisas estão fechando aqui. Ontem, por exemplo, recebi uma mensagem de que a Maria Izabel (sua filha), que teria uma semana de férias a partir da próxima semana, terá esse período estendido por mais duas semanas por determinação do governo. A faculdade que faço minha pós também ficará fechada até o final de março e nesse período teremos apenas aulas online. As pessoas também estão seguindo rigidamente as orientações com relação a prevenção. Todo mundo carrega um frasquinho de álcool gel, lavam as mãos com frequência. Não tem pânico, mas as pessoas estão preocupadas sim, tanto é que estão fazendo estoques de forma que fui no mercado ontem e não tinha mais papel higiênico, por exemplo”, disse ela.
