Estamos na alta temporada de raios e trovões. É no período compreendido entre a primavera e verão (de setembro a março) que ocorrem as maiores incidências de raios na região. Em Fernandópolis, por exemplo, o mês de dezembro registrou 1.403 descargas elétricas, segundo dados do Elat - Grupo Eletricidade Atmosférica - do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Nos primeiros quinze dias de janeiro, a cidade registrou a incidência de 385 raios, média de 25,6 raios nuvem-solo por dia.
O número de descargas elétricas registradas em Fernandópolis em 2020 foi 51% menor na comparação com os dados de 2019. Foram 3.062 ocorrências no ano passado contra 6.190 em 2019.
É no período da primavera que começa em 21 de setembro, até o fim do verão em 20 de março, na maior concentração de raios. Das 3.062 ocorrências de 2020, 3.015, ou seja, 98%, foram neste período.
No ranking de 2020, dezembro lidera com 1.403 ocorrências, seguido por janeiro com 570, novembro com 376, outubro 350, fevereiro 248. Março, maio e setembro registraram 48, 47 e 20 raios respectivamente. Abril, junho, julho e agosto não tiveram nenhuma ocorrência.
De 2015 a 2020, Fernandópolis registrou 27.617 descargas elétricas, média de 12,7 raios por dia. Os números são levantados pelo Elat do Inpe que opera com exclusividade a base de dados BrasilDATDataset - Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas.
O raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera. A intensidade típica de um raio é de 20 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. Em geral, provocam um clarão e, logo em seguida, o barulho denominado trovão, por causa do deslocamento de ar.
O Brasil é campeão mundial na incidência do fenômeno. Caem em média 77.8 milhões de raios por ano e a explicação é geográfica: é o maior país da zona tropical do planeta - área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades e de raios. De cada 50 mortes por raios no mundo, uma acontece no Brasil.
Em Fernandópolis, felizmente, as descargas elétricas geralmente causam danos materiais, como queima de equipamentos elétricos e eletrônicos e deixam as pessoas assustadas.
Veja nos quadros, o comparativo entre o número de descargas elétricas registradas em Fernandópolis e o acumulado de chuva em 2020: