Meio Ambiente

Fernandópolis registra queda de 51% nas ocorrências de raios em 2020



Fernandópolis registra queda de 51% nas ocorrências de raios em 2020

Estamos na alta temporada de raios e trovões. É no período compreendido entre a primavera e verão (de setembro a março) que ocorrem as maiores incidências de raios na região. Em Fernandópolis, por exemplo, o mês de dezembro registrou 1.403 descargas elétricas, segundo dados do Elat - Grupo Eletricidade Atmosférica - do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 

Nos primeiros quinze dias de janeiro, a cidade registrou a incidência de 385 raios, média de 25,6 raios nuvem-solo por dia.

O número de descargas elétricas registradas em Fernandópolis em 2020 foi 51% menor na comparação com os dados de 2019. Foram 3.062 ocorrências no ano passado contra 6.190 em 2019.

É no período da primavera que começa em 21 de setembro, até o fim do verão em 20 de março, na maior concentração de raios. Das 3.062 ocorrências de 2020, 3.015, ou seja, 98%, foram neste período.

No ranking de 2020, dezembro lidera com 1.403 ocorrências, seguido por janeiro com 570, novembro com 376, outubro 350, fevereiro 248. Março, maio e setembro registraram 48, 47 e 20 raios respectivamente. Abril, junho, julho e agosto não tiveram nenhuma ocorrência.

De 2015 a 2020, Fernandópolis registrou 27.617 descargas elétricas, média de 12,7 raios por dia. Os números são levantados pelo Elat do Inpe que opera com exclusividade a base de dados BrasilDATDataset - Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas.

O raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera. A intensidade típica de um raio é de 20 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. Em geral, provocam um clarão e, logo em seguida, o barulho denominado trovão, por causa do deslocamento de ar.

O Brasil é campeão mundial na incidência do fenômeno. Caem em média 77.8 milhões de raios por ano e a explicação é geográfica: é o maior país da zona tropical do planeta - área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades e de raios. De cada 50 mortes por raios no mundo, uma acontece no Brasil.

Em Fernandópolis, felizmente, as descargas elétricas geralmente causam danos materiais, como queima de equipamentos elétricos e eletrônicos e deixam as pessoas assustadas.

Veja nos quadros, o comparativo entre o número de descargas elétricas registradas em Fernandópolis e o acumulado de chuva em 2020:

A relação entre chuvas e raios nem sempre está relacionada. Chover mais, ou menos, não significa mais ou menos raios (veja o comparativo nos quadros). Contudo, em 2020, essa relação, menos chuva, menos raios, funcionou.

Foi um dos anos menos chuvosos na região. Na comparação com 2019, o índice pluviométrico foi 38% menor, conforme dados do Ciiagro – Centro e Integrado de Informações Agrometeorológicas – Fernandópolis registrou chuva acumulada de 780,1 milímetros (cada mm corresponde a um litro d´água por metro quadrado) em 2020, contra 1.260 mm em 2019. No caso das descargas elétricas a queda foi de 51%.