Fernandópolis e região ardem em chamas com a onda de queimadas neste mês de agosto. Números do Corpo de Bombeiros apontam que a cidade registrou aumento de 73% nas ocorrências este mês na comparação com julho passado. Agosto deste ano registra 156% mais ocorrência na comparação com igual mês do ano passado. E olha que o mês nem terminou.
A frente fria que atingiu Fernandópolis no último fim de semana, após a pior queimada registrada nos últimos anos no município, só derrubou as temperaturas. A chuva esperada para aliviar os efeitos da estiagem, que já dura mais de dois meses, não passou de 6,4 milímetros, ou seja, apenas um chuvisqueiro.
A estiagem associada a baixa umidade relativa do ar, que na semana passada caiu abaixo de 20%, formam as condições favoráveis para o aumento de queimadas a partir de ações acidentais ou premeditadas do homem, fazendo com que os focos de incêndio em terrenos baldios, margens de rodovias, pastagens e área de vegetação natural aumentem significativamente, apontam os Bombeiros. Os fortes ventos, também característica do mês, acabam alimentando as queimadas que escapam do controle.
Foi o que aconteceu na quarta-feira, 19, quando o fogo se alastrou rapidamente em área rural na zona norte da cidade, causou danos econômicos e ambientais à propriedade. Reserva de mata nativa e de mata ciliar foram atingidas pelo fogo, que também causou danos a instalações da propriedade, rede elétrica e se aproximou perigosamente de residências no bairro Wilson Moreira. Para controlar o incêndio o Corpo de Bombeiros de Fernandópolis contou com auxílio de unidades dos bombeiros de Jales e Votuporanga, brigadistas da Defesa Civil e caminhões pipas de usinas e da Prefeitura de Fernandópolis. No dia seguinte ao incêndio, sobrou um tapete negro por onde o fogo passou.
Fernandópolis registra recorde de queimadas em agosto
De acordo com dados divulgados pela Seção de Comunicação Social do 13º Grupamento de Bombeiros de São José do Rio Preto, a pedido de CIDADÃO, o número de queimadas em vegetação natural, cultivada, terrenos baldios e ponto de apoio, até o dia 20 de agosto era de 82 ocorrências atendidas pelo 3º Subgrupamento de Fernandópolis. Esse número é 156% maior que o registado em agosto de 2019, quando o número de queimadas chegou a 32.
As queimadas aumentaram 28% este ano (janeiro a agosto), quando são comparados dados com o mesmo período do ano passado, sempre com a ressalva que os dados de agosto deste ano são relativos até o dia 20. Foram 330 incêndios este ano contra 256 no ano passado (veja quadro). Durante todo o ano de 2019, janeiro a dezembro, o número de ocorrências chegou a 326.
Os dados dos bombeiros mostram que maio (58 casos), junho (72), julho (53) e agosto (82) que são os meses mais secos do ano, respondem por 81% das queimadas registradas.
Neste ano, foram registrados 166 focos de queimadas em vegetação natural, 147 em terrenos baldios e 17 em vegetação cultivada, que exigiram a intervenção dos bombeiros.
Em nota, o Corpo de Bombeiros lembra que “é fundamental a colaboração da população e conscientização diante do quadro que todos nós enfrentamos que se agrava com as queimadas” e faz orientações para a prevenção (leia abaixo).
