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Fernandópolis, uma cidade de pessoas solidárias



Fernandópolis, uma cidade de pessoas solidárias
Eles invadiram e se espalharam por diversos bairros da cidade nos meses de outubro e novembro. Nem mesmo o sol escaldante da “cidade das águas quentes”, Fernandópolis, foi suficiente para deter a equipe do “Mutirão de Natal” 2008. Crianças, jovens, adultos, brancos, pardos, negros, evangélicos, católicos e espíritas, todos se uniram em favor de uma causa nobre: dar comida a quem tem fome.

Foram cerca de dez mil toneladas de alimentos recolhidos. De casa em casa - através dos alaridos das palmas - os moradores eram “convocados” a dar sua parcela de contribuição. Com o alimento em uma “sacolinha” de supermercado, muitos deles já estavam à espera da equipe. Todos fizeram questão de contribuir, até mesmo quem precisava da ajuda.

Entre as “histórias de bastidores”, a que mais comoveu os organizadores, está a de uma senhora idosa que reside num bairro carente. Ao ser abordada, ela disse que adoraria contribuir, mas não tinha nada para oferecer, exceto um sabonete.

Um dos membros da equipe, comovido, disse que não era necessário, mas que desde já agradecia a atenção. Após se afastar alguns metros de distância da casa, uma vizinha informou que aquela senhora não tinha nada para comer em casa e que estava passando por necessidade. Imediatamente a equipe se organizou, montou uma cesta e entregou àquela mulher que, sem recusas, a tomou para si.

São histórias como esta que movem o coração das pessoas a se doarem em prol dos mais necessitados. Mas nem todos. Alguns ainda resistem a arrastões como este. Embora não seja regra, a equipe contabilizou que a maior ajuda veio da população mais carente e não dos abastados.

“Os mais ricos são os mais difíceis de doar, a gente toca o interfone e eles nem atendem. Não é regra, mas em geral não contribuem. A classe média baixa é a que mais dá, o pobre nem que seja um sabonete ele quer dar. Foi o que a gente observou”, relatou Eunice da Silva, uma das organizadoras do Mutirão.

O “Mutirão de Alimentos” – que é um evento organizado em todo Brasil pelas Igrejas Adventistas do Sétimo Dia – foi promovido pela primeira vez em Fernandópolis com a ajuda da Prefeitura Municipal, por intermédio do Fundo Social de Solidariedade. Diversas igrejas evangélicas e católicas, centros espíritas, Rotaract Club e vários outros parceiros como o Tribunal de Contas, empresas, supermercados, imprensa, entre outros.
O agradecimento e encerramento da campanha aconteceram no último dia 3, no Teatro Municipal, onde também foi apresentada uma Cantata de Natal realizada pelo Coral de Jovens Adventistas do Sétimo Dia de Fernandópolis.

Estiveram presentes no evento algumas autoridades, como a prefeita Ana Bim, o pastor Laércio Mazaro - coordenador do Mutirão de Natal para todo o estado de São Paulo - e a vereadora Maiza Rio, que também ajudou no Mutirão.
Para surpresa dos organizadores, o coordenador do projeto no estado - pastor Mazaro - anunciou durante o evento, que Fernandópolis foi uma das cidades que mais arrecadou alimentos.

O próximo passo agora, é repassar os alimentos às entidades e famílias carentes do município, entre as entidades que serão beneficiadas estão: Espírita Casa da Criança Alta de Souza; Núcleo Espírita Doutor Adolfo Bezerra de Menezes; Associação Beneficente Maria João de Deus; Associação Beneficente Renascer e Guarda Mirim Feminina. Entre as comunidades que serão beneficiadas estão: Brasilândia; Ipanema; Jardim Araguaia; Uirapuru e Parque Industrial.

Para a Comissão Organizadora do Mutirão de Natal – entre eles estão o pastor Nizan Rabelo Oliveira, Eni Vidoti, Eunice da Silva – da Igreja Adventista do Sétimo Dia – e Maria Cirlei Pagliarani Branco – presidente do Fundo Social de Solidariedade – a sensação é de dever cumprido.

No coração da equipe ainda resta uma preocupação: a de saber que, mesmo oferecendo o alimento, muitas ainda sentem “fome” de amor, paz, carinho e atenção todos os dias do ano.