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Fibrilação atrial: uma arritmia cardíaca comum que merece diagnóstico precoce



Fibrilação atrial: uma arritmia cardíaca comum que merece diagnóstico precoce

O coração é um órgão muscular que tem como função principal bombear o sangue que chega da circulação sistêmica e dos pulmões para levar nutrientes e oxigênio aos tecidos. Como todo músculo ele depende de um estímulo elétrico para a sua contração. Este estímulo nasce em um grupo de células chamado de nó sinoatrial, localizado no átrio direito. Uma vez formado ele percorre todas as estruturas musculares do coração, promovendo sua contração.
Distúrbios na formação ou na condução desse impulso ocasiona o que conhecemos como arritmia cardíaca. São vários os tipos de arritmias, acometendo mais de 20 milhões de brasileiros. No entanto, uma que merece destaque é a fibrilação atrial, dada a sua alta prevalência e capacidade de levar a complicações, por vezes muito sérias. Esta arritmia é a mais tratada na prática clínica e é responsável por um número elevado de internações.
A chance de desenvolver essa arritmia é maior com a idade avançada e com a presença de determinadas doenças como hipertensão arterial, cardiomiopatias, doenças valvares, doença de artérias coronárias, hipertireoidismo e diabetes mellitus. Porém, este distúrbio do ritmo cardíaco pode acometer também indivíduos que não possuem nenhuma doença estrutural do coração. 
Palpitações, fadiga, falta de ar, desconforto torácico, tonturas e até desmaios são os sintomas que mais comumente acompanham a fibrilação atrial. Contudo, muitos pacientes são completamente assintomáticos. O que chama a atenção nessa arritmia é a alta irregularidade dos batimentos cardíacos e dos pulsos periféricos, o que pode ser notado mesmo quando da medição da pressão arterial.
O tromboembolismo é a complicação mais temível da fibrilação atrial. Nesta condição podem ser formados coágulos de sangue no átrio esquerdo, que em algum momento podem se desprender e obstruir alguma artéria em algum órgão do corpo. O mais temido é o acidente vascular cerebral, em que ocorre a obstrução de uma artéria no cérebro, levando a sequelas, muitas vezes, de alta gravidade.
Pacientes com os sintomas citados ou com irregularidade de batimentos cardíacos ou nos pulsos devem ser escrutinados para se fazer o diagnóstico dessa arritmia.
O uso de anticoagulantes orais, tipo a Varfarina, e mesmo os anticoagulantes mais novos - estes mais caros, são usados em pessoas selecionadas, com o objetivo de diminuir a probabilidade de apresentarem as complicações tromboembólicas da fibrilação atrial.