A semana começou agitada na administração da Santa Casa de Fernandópolis. No início da semana, dia 6 de junho, foi publicado o fim da intervenção judicial do hospital, que completou dois anos no dia 18 de fevereiro. O atual provedor/administrador judicial, Marcus Chaer, foi comunicado via intimação.
Em entrevista, a atual liderança da entidade, disse que chegou o momento da Santa Casa voltar a ter uma administração feita pela sociedade. “Que tenhamos uma volta mais firme da sociedade à Santa Casa e também de uma maneira profissional. Que sejam pessoas competentes que possam nos auxiliar no andamento da Santa Casa e de uma maneira que não haja riscos para o hospital”.
Após a publicação do levantamento da intervenção a atual administração terá 30 dias, ou seja, até o dia 6 de julho, para incorporar os conselhos de administração e fiscal. “Nesse período de transição ainda estamos sob intervenção, então continuamos prestando contas ao juiz interventor Vinicius Castrequini Buffulin no processo. Temos em nossa política de gestão, que mesmo após o fim da intervenção nós continuemos de alguma maneira a prestar conta à população. Além disso, o juiz também menciona no despacho que quaisquer tipos de intervenções escusas ou contra a Santa Casa de qualquer tipo ou natureza pode ou deve ser informado no processo de intervenção. O processo continuará correndo e nós temos liberdade para peticionar quaisquer coisas que venham ser do interesse da Santa Casa”.
Quando questionado sobre como será a transição, Chaer acredita que não haverá problemas. “Na questão financeira acho muito difícil ter algum problema nessa transição. Até porque, a gente vem fazendo um trabalho de formiguinha a médio prazo e ainda temos um longo tempo pela frente para terminar de reestruturar o hospital. Temos um dinheiro para receber agora e o retorno das eletivas que compõem nossa fonte de receita. A partir daí, a ideia é que a Santa Casa possa se estruturar na parte financeira. Segundo o despacho temos até o dia 6 de julho, que é quando a intervenção será levantada e temos que correr um pouquinho com algumas diretrizes e outras coisas que a gente tem que elaborar”.
De acordo com o provedor, uma das condições do juiz interventor é que seja restabelecido os conselhos de maneira mais técnica possível para que não haja interesses escusos em relação à Santa Casa.
Fim da intervenção judicial da Santa Casa já tem data marcada: 6 de julho
FUNFARME
Outra pauta que movimentou, e muito, a administração da Santa Casa foi a decisão do Governo do Estado de São Paulo de nomear a OSS Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto – Funfarme – como nova gestora do Ambulatório Médico de Especialidades Dr. Osmar Almeida Luz – AME Fernandópolis – e do Lucy Montoro. A Funfarme também é gestora do Hospital de Base e do HCM – Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto.
A Santa Casa que também disputou o certame, disse por meio de sua assessoria que a justificativa da derrota foi o fato de a entidade estar sob administração judicial e não possuir um conselho fiscal. “Vamos impetrar um mandado de segurança e tentar impugnar a licitação, porque ao nosso ver como instituição a Santa Casa apresentou a melhor proposta e houve outras questões envolvidas em relação a licitação que não concordamos. Então iremos buscar os direitos do hospital como instituição, os meios legais e, obviamente, tentar recuperar a gestão do AME e o Lucy de volta para a cidade”, disse Marcus.
Sobre a possibilidade de reverter a situação, o provedor disse que acredita haver alguma forma sim. “Não sou advogado e não posso afirmar com certeza, mas acredito que sim, até porque, nós cumprimos como instituição os requisitos legais e, não que o HB não tenha cumprido, mas estou falando de nós e, apresentamos o melhor preço e obviamente que esse não é apenas um dos itens avaliados, tem outros trâmites rolando. Mas a Santa Casa ao nosso ver deveria estar à frente disso neste momento”.