Uma espécie de força-tarefa constituída por políticos e empresários da região noroeste articula uma caravana para ir a Brasília reivindicar o prosseguimento do projeto do Pólo Logístico de Água Vermelha, ameaçado por ações políticas de cidades de outras regiões, interessadas nos benefícios que certamente viriam com a passagem do duto de álcool e do próprio sistema intermodal por suas terras.
Ontem, o empresário Carlos Lima enviou ofício à presidência da Associação de Amigos do Município de Fernandópolis solicitando a ação da entidade para se empenhar junto às prefeituras de Fernandópolis e região, deputados regionais e ministérios do governo federal para a liberação da intermodalidade, bem como para trabalhar pela transferência definitiva das instalações do IBC.
À tarde, Lima se reuniu com o prefeito de Guarani DOeste, Marcos Caboclo, seu assessor Rober Caetano Luiz e o petista Sérgio Pasqual Teixeira na redação de CIDADÃO. O tema da reunião era a formação de um grupo de trabalho para lutar pela sobrevivência do projeto, que está ameaçado depois do surgimento de uma rota alternativa, proposta por municípios de Goiás e Mato Grosso do Sul.
Nossas parceiras são as lideranças mineiras, disse o prefeito Marcos Caboclo. Ligado ao deputado federal Devanir Ribeiro, do PT, Caboclo procura agendar uma reunião em São Paulo, à qual se comprometeram a comparecer Teixeira (ligado ao deputado e presidente da Câmara Federal Arlindo Chinaglia) e Rober Caetano (com vínculo político com o deputado João Paulo Cunha).
A proposta é reunir os parlamentares com os empresários da holding Água Vermelha e tentar incluir o Porto Intermodal no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Temos que agregar lideranças e definir estratégias com os empresários, afirmou Lima.
A reunião deverá acontecer no próximo dia 9, já que no dia seguinte Marcos Caboclo estará em Brasília, na Marcha dos Prefeitos.
O risco iminente de ver o Pólo Logístico de Água Vermelha, um projeto acalentado durante 14 anos pelas lideranças regionais, sucumbir no pantanoso terreno da política ou nos escaninhos dos corredores burocráticos deixa qualquer cidadão bem-intencionado da região noroeste em estado de alerta.
Gente como o prefeito de Guarani DOeste, Marcos Caboclo, e o sindicalista Sérgio Teixeira aciona seus deputados (gente governista, bem-relacionada no Planalto) para lutar por Fernandópolis e região. Palmas para eles, nós somos gratos. Mas a realidade é que nomes como os dos deputados Devanir Ribeiro, João Paulo Cunha e Arlindo Chinaglia não têm uma proximidade, digamos, geográfica com a região, que há mais de uma década se habituou a votar maciçamente em dois parlamentares tidos como da região: Vadão Gomes e Julio Semeghini.
Quando o projeto do Porto Intermodal ameaça soçobrar, uma rápida análise das ações através dos tempos deixa transparente uma verdade: os dois foram omissos nessa luta. Semeghini jamais desceu do muro, talvez com medo de contrariar eleitores de Votuporanga e Jales, cidades que também têm olhos compridos sobre o projeto. Vadão? Bem, Vadão é deputado do Vadão.
Definitivamente, a representação só se dá mesmo através do voto distrital. O resto é muro.