O ministro da Economia, Paulo Guedes, admite a possibilidade de estender a concessão do auxílio emergencial, voltado principalmente a trabalhadores informais, por um ou dois meses. No entanto, ele defende que o valor de R$ 600 seja reduzido para R$ 200.
O Auxílio Emergencial foi criado com duração prevista para três meses, com valores concedidos em abril, maio e junho. Com a prorrogação por dois meses, permaneceria até agosto. O discurso pela prorrogação representa uma mudança de posição da equipe econômica, antes contrária à extensão da medida. Ainda assim, a redução do montante concedido é defendida como fundamental.
A proposta de R$ 200 foi feita por Guedes no começo da pandemia, mas o governo aceitou elevar o montante para R$ 600 após pressões do Congresso.
“O que a sociedade prefere, um mês de R$ 600 ou três de R$ 200? É esse tipo de conta que estamos fazendo. É possível que aconteça uma extensão. Mas será que temos dinheiro para uma extensão a R$ 600? Acho que não”, afirmou.
Segundo Guedes, o benefício não poderia ser maior que R$ 200 porque esse é o valor pago aos beneficiários do Bolsa Família, que de forma geral são mais vulneráveis que trabalhadores informais. Ele defende um equilíbrio na medida por acreditar haver risco de as pessoas não trabalharem mais e faltarem produtos nas prateleiras.
“Se falarmos que vai ter mais três meses, mais três meses, mais três meses, aí ninguém trabalha. Ninguém sai de casa e o isolamento vai ser de oito anos porque a vida está boa, está tudo tranquilo. E aí vamos morrer de fome do outro lado. É o meu pavor, a prateleira vazia. Eu estou jogando dinheiro, não tem problema. Agora, a prateleira vai estar vazia porque vão parar de produzir. Então tem um equilíbrio delicado que a gente tem que seguir”, justificou.