Meio Ambiente

Horário de Verão volta a ser cogitado pelo governo



Horário de Verão volta a ser cogitado pelo governo

Amado por uns, odiado por outros, o horário de verão, a medida de adiantar os relógios em uma hora e que foi extinto em 2019, pode voltar. O governo federal avalia a possibilidade de adotar esse instrumento sob argumento de economizar energia em meio à crise climática, com seca e calor que toma conta do Brasil neste final de inverno.

No entanto, estudos feitos há alguns anos demonstraram que o horário de verão tinha efeito contrário: gastava-se mais energia do que o normal, por conta de novos hábitos de consumo. O chamado pico de consumo mudou para o meio da tarde, quando mais aparelhos de ar condicionado estão ligados por conta das altas temperaturas.

Apesar das questões técnicas, a decisão será política e tomada em conjunto com o Palácio do Planalto, justamente porque há dúvidas sobre os benefícios da medida para o setor.

Além do aumento de consumo em horários de pico, o ministro afirma que, no início da noite, quando também há um forte consumo, o sistema perde geração intermitente (eólica e solar). Isso obriga a gerar mais energia com termelétricas ou acionar mais hidrelétricas.

“A solar não está mais produzindo, no início da noite normalmente a eólica produz menos, então nós precisamos de despachar a térmica. Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez, inclusive ao sistema”, explicou Silveira.

Em 2019, quando foi extinto, a avaliação técnica era de que o horário não fazia mais sentido do ponto de vista do setor elétrico. O governo alegou também a alteração afetava na saúde, com bases em estudos que mostram que parte das pessoas têm dificuldade para se adaptar à mudança, o que afeta o padrão de sono e pode trazer complicações cardíacas

Em setembro de 2023, uma nova avaliação do Ministério de Minas e Energia havia descartado a possibilidade de o país volta com o horário de verão.

Mas, o setor de bares e restaurantes chegou a enviar documento ao governo pedindo a volta do horário de verão, que segundo a associação do segmento, gera impacto positivo na economia, com crescimento entre 10% e 15% no faturamento entre 18 e 21 horas.