Prof. Dr. Luiz Flávio Franqueiro - CRM 44037
As doenças cardiovasculares são responsáveis por aproximadamente 380 mil mortes anuais no Brasil. Dentre elas destaca-se o infarto agudo do miocárdio, consequente a oclusão aguda de uma artéria coronária. As artérias coronárias são responsáveis pelo fornecimento de sangue oxigenado ao músculo cardíaco e sua oclusão leva a um processo chamado de isquemia miocárdica que culmina com a morte do músculo cardíaco irrigado por esta artéria. A obstrução ao fluxo sanguíneo é consequente a uma aterotrombose, onde é formado um coágulo que impede a passagem de sangue.
A mortalidade por infarto agudo do miocárdio, que na metade do século vinte era de aproximadamente 30 % vem caindo significativamente, estando hoje abaixo de 10%. Um dos maiores avanços no tratamento e que levou a uma redução substancial na mortalidade por esta doença é a terapia de recanalização coronária, intervenção que propicia a desobstrução da artéria coronária ocluída, restabelecendo o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco.
O sucesso advindo desta intervenção terapêutica é no entanto, dependente do tempo entre o início dos sintomas e o estabelecimento do tratamento. Quanto mais precoce a desobstrução, mais músculo vai ser salvo e melhor o prognóstico dopaciente.
Um dos determinantes para o tratamento precoce é o reconhecimento pelo paciente dos sintomas consequentes ao infarto do miocárdio. O sintoma cardinal é a dor no peito, usualmente sentida como uma opressão, aperto ou queimação no centro do tórax, algumas vezes irradiada para o braço esquerdo ou mandíbula. Falta de ar, vômitos, desmaio e sudorese profusa podem acompanhar a dor.
O aparecimento de dor com estas características e que persiste por alguns minutos deve alertar o paciente a procurar um serviço de urgência rapidamente, onde ele possa ser submetido a terapia de recanalização e ter a artéria coronáriadesobstruída, diminuindo muito a chance de complicações.
Um ótimo final de semana a todos!
