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Itamar quer cumprir seu mandato de prefeito



Itamar quer cumprir seu mandato de prefeito
Por duas vezes, nos últimos meses, surgiram boatos de que Itamar Borges, prefeito de Santa Fé do Sul, poderia disputar a prefeitura de Fernandópolis em 2008. CIDADÃO ouviu o jovem político, que não saiu pela tangente: “Eu respeito o eleitor, tenho um compromisso com o eleitorado de Santa Fé do Sul”, disse Itamar. Por outro lado, ele não nega que tenha planos futuros que englobam não só Fernandópolis, mas também e igualmente outras cidades da região noroeste de SP. Trocando em miúdos: o eficiente administrador deve ter projetos no bolso do colete para 2010. Assembléia Legislativa? Câmara Federal? Só o tempo dirá.

CIDADÃO: Ultimamente, surgiram insistentes comentários de que o sr. poderia ser candidato a prefeito de Fernandópolis, inclusive com o apoio dos deputados estaduais Campos Machado, do PTB, e Vaz de Lima, do PSDB. O que há de verdade nisso?
ITAMAR: Primeiramente, quero dizer que tenho uma relação muito importante com o deputado Vaz de Lima, que foi o candidato que apoiei na última eleição, e também com o Campos Machado, um amigo pessoal, em que pese não participar do PTB. Com relação a essa possível candidatura, o que há de verdade é apenas o que a gente tem acompanhado no noticiário – informações sobre alguns estudos que têm acontecido. Eu soube, na primeira oportunidade em que esse assunto apareceu (NR: há cerca de dois meses) que um grupo de empresários de Fernandópolis teria feito um estudo, um levantamento para o futuro da cidade, e que nesse estudo teria incluído o meu nome, o que é até gratificante – saber que na minha região as cidades contam comigo, talvez porque eu tenha atuação na região e convivência com Fernandópolis, o que me deixa gratificado; porém, tenho hoje um compromisso de ser prefeito de Santa Fé, de cumprir o meu mandato, e agradeço a lembrança, reforçando que, na condição de político, é sempre importante esse tipo de reconhecimento, uma vez que participo, junto com os colegas prefeitos, das lutas de interesse regional. Não há nenhuma conversa – nem com o Vaz de Lima, nem com o Campos Machado – específica quanto a uma eventual candidatura. O que existe são algumas pessoas, lideranças de Fernandópolis, que até em virtude dos comentários, têm feito contato conosco, para falar dessa possibilidade. Eu sempre digo que essa hipótese, nesse momento em que sou prefeito de Santa Fé, passa por duas discussões: primeiro, o fato de que tenho um mandato a cumprir. Segundo, por uma discussão em Fernandópolis, onde surgiram os comentários, para que se possa avaliar as possibilidades, a amplitude e a receptividade desse processo, para que então se possa dizer alguma coisa. Agradeço as duas manifestações – tanto a inclusão do meu nome nos estudos quanto os contatos daqueles que nos procuram para falar sobre o assunto, e creio que a coisa fica bem restrita a essas condições. Mais importante de tudo - é bom que fique claro - é pensar nas causas da região como um todo e nas causas das duas cidades, Santa Fé e Fernandópolis, em suas especificidades.

CIDADÃO: Quais são seus planos para os 18 meses finais de sua administração?
ITAMAR: Concluir o plano de governo, a proposta que elaboramos para esse quadriênio. Praticamente todas as obras projetadas já foram iniciadas, sendo que a maior parte já foi concluída. O propósito, enfim, é nesses 18 meses concretizar os projetos de todas as áreas – Saúde, Educação, Desenvolvimento – e graças a Deus estamos conseguindo êxito em tudo, e acredito que entregaremos Santa Fé da maneira que sonhamos, com 100% de infraestrutura, com Saúde de qualidade, Educação de primeiro mundo. Santa Fé tem crescido e avançado em todos os sentidos. Nesses últimos meses, meu propósito é arrematar todos os projetos que assumimos na nossa missão.

CIDADÃO: Qual é a receita para um prefeito obter os altos índices de aceitação como os que o sr. consegue em Santa Fé?
ITAMAR: Eu diria que ninguém faz nada sozinho, temos que caminhar de mãos dadas. E administrar não é fazer tudo que você quer, na hora e do jeito que você quer. Administrar é eleger prioridades. É preciso envolver a população, todos os segmentos, para eleger de forma participativa essas prioridades. Criamos para isso o orçamento participativo, além das reuniões de bairros, das reuniões com especialistas dos diversos setores, e assim traçamos um plano estratégico que estamos cumprindo rigorosamente, e que vem ao encontro do plano de governo aprovado pela população quando nos elegeu. Acredito que essa somatória de esforços tem possibilitado a aprovação e o reconhecimento da população.

CIDADÃO: Se no futuro o sr. não for candidato a um novo cargo do Executivo – seja em Santa Fé, seja em Fernandópolis - sempre há a hipótese da disputa de uma vaga na Assembléia Legislativa, já que em 1998, quando o sr. se candidatou, foi muito bem votado. Isso pode acontecer?
ITAMAR: Veja bem: entendo que todas essas possibilidades que discutimos passam por um processo, por etapas que são de avaliação com as comunidades envolvidas. Uma eventual candidatura a deputado passa pela avaliação da viabilidade dessa candidatura, por uma discussão regionalizada – e eu sempre fui defensor de que a região precisa ter os seus representantes, porque quanto mais vínculo tiver com a região, o parlamentar, evidentemente, a favorecerá mais. Isso é a representatividade com “carimbo” da região. O Congresso Nacional tem discutido a reforma política, a possibilidade do voto distrital e tantas outras questões. Paralelamente a isso, a região tem que discutir as suas candidaturas. Sou um político que tem o seguinte princípio: quando você assume um compromisso, tem que cumpri-lo para só depois passar a uma nova etapa. Em Santa Fé, fiz esse compromisso no primeiro e no segundo mandato e cumpri. Agora, no terceiro, não deixarei de respeitar o eleitor.

CIDADÃO: Como o sr. vê a questão do desemprego, um flagelo nacional? Analise essa questão em relação a Santa Fé do Sul.
ITAMAR: Temos tratado a questão com seriedade. Todas as cidades têm os seus problemas, Santa Fé não foge à regra. Temos que enfrentá-lo, e em Santa Fé, na divisa do Mato Grosso do Sul e perto de Minas Gerais, vivemos a guerra fiscal entre os estados, onde os estados concorrentes oferecem aos empresários incentivos fiscais aos quais o município não tem acesso, já que o ICMS e outros impostos são da competência exclusiva do Estado – assim como há tributos que são da competência da União. O que é da competência do município, temos oferecido todos os incentivos, além de apoio. Criamos o Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico, que apóia tanto na aquisição de terreno quanto na infraestrutura, na busca de crédito, até a cessão de equipamentos e de prédios como locação para os investimentos necessários. Um foco que temos é investir nas empresas existentes, valorizando-as e aos empresários, criando possibilidades para que eles se fortaleçam e se tornem auto-sustentáveis, para que possam crescer e gerar novos empregos e novos empreendimentos. Temos valorizado muito a micro e a pequena empresa, que têm crescido fortemente e têm boa perspectiva de longevidade. O advento do Supersimples vem ao encontro do que Santa Fé tem praticado há anos, com os incentivos, para amenizar o desemprego e possibilitar o surgimento de novos postos de trabalho, além de incentivar o cooperativismo, o associativismo e os programas de capacitação.

CIDADÃO: Como o sr., que é considerado um político sério, tem visto os últimos fatos de Brasília?
ITAMAR: Entendo que o Brasil vive um momento muito grave, no sentido de que os bons políticos estão sendo valorizados e destacados, até porque a Lei de Responsabilidade e a Constituição Federal determinam os princípios básicos da administração pública: legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. Esses cinco requisitos têm que existir necessariamente. Com relação aos maus exemplos que temos visto, cabe à Justiça, à Polícia Federal, enfim, aos órgãos responsáveis, tomar as devidas providências. Tenho esperança de que os investimentos que temos feito na busca da moralização levarão nosso país ao caminho correto. Cabe a nós, políticos, primar pela responsabilidade, seriedade e respeito ao eleitor, ao país e ao dinheiro público.