A vida de Patrício Lopes de Souza e sua trajetória como um dos primeiros colonizadores da região, narrada nos trabalhos de mestrado e doutorado do professor Sedeval Nardoque, vai ser contada em reportagem especial do jornal Estado de Minas, que enviou para Jales o jornalista Gustavo Werneck e o fotógrafo Beto Novaes.
Depois de uma longa conversa com Sedeval, no último dia 27, terça-feira, à tarde, Gustavo percorreu alguns municípios, inclusive de Mato Grosso do Sul, como Aparecida do Taboado e Paranaíba. Patrício teria vivido durante muitos anos naquela cidade, no começo do século XIX, de onde partiu para iniciativas como a aquisição de grandes extensões de terra, entre as quais a antiga Fazenda Ponte Pensa, que cobria toda a região.
O interesse do jornal Estado de Minas pela matéria surgiu depois de uma publicação sobre o assunto em outro jornal mineiro, do município de São Tiago, onde Patrício nasceu e para onde retornou, para viver seus últimos anos.
O jornal de São Tiago publicou a primeira reportagem com base no material enviado pelo estudante André Luiz da Silva, do 2º ano de História da Fundação Educacional de Fernandópolis, que também participou da conversa de Gustavo com Sedeval.
PEGADAS
Gustavo explicou que seu jornal tem dado muito destaque para reportagens que tratam da história de Minas Gerais e conversando com algumas pessoas de São Tiago, situada no Campo das Vertentes, próximo a São João Del Rei, ficou sabendo da existência de um homem que saiu daquela região e veio até o Noroeste de São Paulo, onde foi dono de muitas terras. Assim, ele resolveu seguir as pegadas desse personagem, até Mato Groso do Sul, para contar um pouco desse episódio, mostrando como a história de Minas está ligada a esses dois estados.
Patrício teria chegado à região por volta de 1830, com cerca de 18 anos, fez fortuna, voltou para sua terra natal e morreu em 1885.
MINEIROS
Sedeval informou que tanto na sua dissertação de mestrado quanto na de doutorado, cita Patrício, mencionado em documentos do século 19, que demonstram uma ocupação, por mineiros, na área da antiga Ponte Pensa, desde 1830.
Patrício aparece mais no seu trabalho de mestrado, onde destaca o processo de incorporação do extremo Noroeste paulista ao circuito mercantil que passa pela ocupação de posseiros mineiros e depois pelas grilagens de terras efetuadas nas primeiras décadas do século 20.
O interesse do jornal Estado de Minas, segundo ele, é importante não apenas para a valorização do seu trabalho acadêmico, mas para destacar a história da região, levando esses fatos para o grande público. (Do Jornal de Jales).