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Juiz desabafa: “Estou no meu limite”



Juiz desabafa: “Estou no meu limite”
Revoltado com a conduta de algumas mães de menores infratores e de segmentos da imprensa que, segundo ele, “jogam a sociedade contra a Justiça”, O juiz Evandro Pelarin, da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Fernandópolis, declarou estar “cansado e no limite”, em entrevista ao repórter Ivan Gomes, da Rádio Difusora.

O repórter, que procurou o juiz para gravar entrevista sobre os prazos de transferência de título de eleitor (Pelarin acumula funções de juiz eleitoral) foi surpreendido pela amargura que o magistrado demonstrou depois que uma emissora regional de TV colocou no ar entrevista de mães de menores fernandopolenses que foram transferidos para Jales, depois da rebelião na cadeia pública de Fernandópolis no dia 16 de abril.

Segundo a reportagem, os menores estariam se banhando com a água que sai de um cano. “Tenho a sociedade sempre em primeiro lugar. Procuramos recuperar os menores caso a caso. Mas tem adolescentes que não se emendam”, garantiu Pelarin. Os menores só estão em Jales porque a cadeia de Fernandópolis ficou totalmente danificada pela ação dos amotinados. A Secretaria de Justiça já decidiu pela sua desativação.

“Trabalho para a comunidade em que vivo. Se essa comunidade me disser que não devo prender, eu solto. Porém, fechem suas casas, porque há menores virtualmente irrecuperáveis”. O juiz disse que tem sofrido problemas de estômago e insônia por causa do stress da função.

Pelarin fez questão de isentar a imprensa local de qualquer atitude hostil à sua atuação: “as rádios e jornais de Fernandópolis têm nos dado todo o apoio. Mas essas coisas (a ação das mães e da TV regional) me levam ao limite da suportabilidade. Falei para minha mulher: Não vou dar mais murro em ponta de faca e agüentar a má vontade de algumas pessoas. Chega!”.

A entrevista, transmitida ao vivo no programa “Rotativa no Ar”, provocou reação imediata. Moradores da cidade telefonaram para o estúdio da rádio para dar apoio à ação do juiz.

Uma enquête do CIDADÃO apontou um índice de aprovação de 100% ao trabalho do magistrado.