Solidariedade

Lilian se emociona ao conhecer a identidade da doadora de medula óssea, que salvou sua vida



Lilian se emociona ao conhecer a identidade da doadora de medula óssea, que salvou sua vida

"Agora tenho mais uma irmã, a irmã de medula” disse Lilian Alves de Lima, após descobrir a identidade de sua doadora de medula óssea. Lilian foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda em dezembro de 2019. Foi no dia 4 de agosto de 2020, em meio a pandemia da Covid-19, que Lilian recebeu a nova medula doada por uma mulher. Mas, foi no dia 16 de agosto que a nova medula começou a funcionar, ou como escreveu em seu diário: foi o dia que a medula pegou. Desde então, o desejo de conhecer e agradecer a pessoa que lhe deu uma nova vida era constante.
Foi quando Lilian entrou em contato com o Redome  - Registro Nacional de Doadores - no início do ano para descobrir a identidade de sua doadora, que a orientou que o pedido poderia ser feito no dia 04 de fevereiro, quando o transplante completaria 18 meses. “Então estava na expectativa deste momento! No dia 26 de janeiro recebi uma mensagem de uma colaboradora do Redome dizendo que queria falar comigo, pois a minha doadora havia solicitado a quebra de sigilo e estava tentando falar comigo e, que se eu aceitasse, seria feito a quebra de sigilo. Segui as orientações, assinei e li o termo de consentimento de revelação e no dia seguinte enviei o e-mail. Em instantes recebo retorno deste e-mail com a revelação. Confesso que fiquei paralisada, pois ao mesmo tempo ela também estava em contato no Redome ansiosa para me conhecer”, conta Lilian.
A doadora da Lilian é a Cris, que mora na cidade de Tramandaí, litoral do Rio Grande do Sul. Ela tem 39 anos, é casada e tem uma filha de seis anos. Durante a pandemia, Cris viajou com sua família e passou 30 dias em São José do Rio Preto para fazer a doação. “Largou tudo para poder salvar minha vida e com este ato dela me ensina muito sobre empatia e amor ao próximo!”, revela.
O primeiro contato de Lilian com sua doadora aconteceu no dia 27 de janeiro pelo whatsapp. “Fiquei sem saber o que fazer de tão emocionada, afinal, eu iria conhecer a pessoa que foi escolhida por Deus nesta terra para salvar a minha vida! Minha vontade era que Deus levasse até ela a minha eterna gratidão pelo gesto lindo de amor e empatia, pois nada que eu dissesse seria o suficiente para demonstrar o meu amor e a minha gratidão! Enquanto um milhão de coisas passavam pela minha cabeça diante daquele número de telefone, do nome e e-mail, que foi o que recebi de informação, ela me chama e pergunta ‘Oi, TD bem?’. Aí não me contive de emoção, parece um sonho tudo que estou vivendo. Conversamos por waths e ligação de vídeo naquele dia”, lembra Lilian.
Passada a emoção do primeiro momento, elas conversaram, falaram sobre suas histórias de vida e trocaram fotos e vídeos da doação e a Lilian falou de sua emoção de quando a medula dela começou a funcionar em seu organismo. “A Cris é linda e tem uma família linda. Fiquei emocionada quando ela me falou que agora tenho mais uma irmã, a irmã de medula! Contei a ela que somos iguaizinhas geneticamente, que ela tem o mesmo sangue que o meu e fazemos aniversário em dezembro. Falei que Deus a criou primeiro, pois sabia que eu um dia iria precisar dela. Se a chance de encontrar o doador 100% compatível é de 1 para cada 100 mil, ela é meu 1 para 100mil”, revela emocionada.
Lilian conta que receber essa doação foi como ganhar na loteria. “Sinto como se Deus tivesse me feito ganhar na loteria da vida quando penso em estatística, mas quando olho para o pai vejo que todas as coisas são possíveis para aquele crê e ele tem me permitido viver do sobrenatural. Serei eternamente grata a Deus e a Cris por isso”.
O próximo passo das irmãs é o encontro pessoalmente. “Tem sido uma emoção só desde esse dia. Temos nos falado frequentemente e o desejo agora é conhecê-la pessoalmente e poder abraça-la e agradecer por ela ter se doado, ter salvado a minha vida!”, disse Lilian.
Após um ano e meio de seu transplante de medula óssea, Lilian alerta todos sobre a importância de ser doador. “Gostaria de aproveitar a oportunidade e fazer este apelo para quem ainda não é cadastrado como Doador de Medula Óssea, e dizer que um pouquinho de você pode salvar a vida de alguém. A cura de alguém pode estar dentro de cada um que está lendo essa mensagem. É só procurar o Hemocentro e realizar o cadastro com uma amostra de sangue e aguardar para que você seja o anjo doador de alguém”, finaliza.