Janeiro é conhecido como o mês do “aperto” no orçamento da maioria das famílias brasileiras, sobretudo, as de baixa renda. Coincidentemente, é também, o mês em que os principais impostos chegam em remessas aos lares.
Como consequência, o primeiro mês do ano se torna um dos piores para o comércio já que os consumidores priorizando outros compromissos financeiros, deixam de comprar o habitual. E para não fechar no vermelho, a única saída para os comerciantes são as promoções – método adotado principalmente pelos segmentos comerciais de confecção, calçados e perfumaria.
Em Fernandópolis, basta uma simples caminhada no setor central para observar nas vitrines os índices de descontos fixados em quase todas as lojas. É como se eles competissem entre si pela atenção de cada cliente em potencial que o observa mesmo que de longe e sem intenção de comprar algo.
Já dentro das lojas, conversando com os vendedores, o discurso é mesmo: “janeiro tá bem devagar”. Para entender razão desta afirmação, basta observar a ausência dos clientes no interior das lojas durante a maior parte do expediente.
As vendedoras Aline, Fernanda e Daniele que trabalham em duas lojas de preços populares contaram ao CIDADÃO que desde o início do mês, “os clientes estão cada vez mais raros” e apontam o fim do Programa Auxílio Emergencial e o desemprego como sendo os principais fatores para esse sumiço. Para elas que já trabalham como vendedoras entre dois e cinco anos, “janeiro costuma ser fraco, mas como este, ainda não haviam presenciado igual”.
Sem boas expectativas para a economia do país e levando em consideração o cenário atual, o desânimo se torna cada vez mais perceptível no discurso dos vendedores, comerciantes e clientes. Comprar parece não ser a prioridade do cliente enquanto que vender se torna uma necessidade constante para o mercado.