"Vi minha filha queimar ao vivo na televisão". O desabafo é da empresária Fátima Albuquerque, 66, mãe de Arianne Risso, 34, uma das vítimas da queda do avião da Voepass, na sexta-feira, 9, em Vinhedo, ao chegar a São Paulo para os procedimentos de identificação do corpo da filha. O marido de Arianne Leonardo Risso também está em São Paulo.
Na entrevista à imprensa, a mãe de Arianne pede responsabilização da companhia aérea pelo acidente, assim como da Latam, que vendeu a passagem de sua filha. As empresas possuem um codeshare —acordo entre companhias aéreas.
"Isso não foi fatalidade. Foi culpa da 'voemorte', foi culpa da ganância humana", afirma. "Aquilo não era um avião, era uma lata velha. Foi uma tragédia anunciada."
Segundo Fátima, as famílias das vítimas estão sendo impedidas de falar sobre o ocorrido pelas autoridades. "Não vou me calar. Essas pessoas têm nome, têm história, e eu preciso lutar pela da minha filha", disse ela. "Perdi tudo, não tenho mais nada. Era filha única. Minha vida agora é um vazio", desabafa Fátima.
O marido de Arianne, Leonardo Risso, 35, também falou sobre a situação. "Minha esposa era a pessoa mais amável do mundo, é muita injustiça".
Arianne era médica residente em oncologia em Cascavel (PR) e ia a um congresso de medicina. Ela planejava formar família ao fim da residência, diz a mãe.
O enterro de Arianne será em Fernandópolis, onde sua família vive. (Com informações da Folha de São Paulo)
