Saúde

Março e abril acumulam 50% das mortes na pandemia em Fernandópolis



Março e abril acumulam 50% das mortes na pandemia em Fernandópolis

Na semana que o Brasil atingiu a marca de 400 mil mortes pela Covid-19, Fernandópolis também registrou uma triste marca: as 95 mortes registradas nos meses de março e abril, representam 50% do total de óbitos  desde o início da pandemia em março do ano passado. E mesmo registrando nas duas últimas semanas queda nos índices de novos casos, internados e mortes, abril assumiu a posição de mês mais letal da pandemia, superando o mês de março.
Foram os dois meses mais terríveis da pandemia agravados pela variante de Manaus, mais virulenta, que levou ao colapso o sistema de saúde em Fernandópolis. A UPA – Unidade de Pronto Atendimento – precisou virar, de uma hora para outra, hospital e chegou a ter cerca de 30 pacientes/dia internados.

A explosão dos números ocorreu em março, com maior índice de contágio. A cidade saiu de 597 casos positivos em fevereiro para 1.659 em março, aumento de 177%. Os casos de mortes deram um salto brutal. De 11 casos em fevereiro, pulou para 47 em março, aumento de 327%.
Em abril, a situação começou a mudar a partir da segunda quinzena do mês, com queda de novos casos de Covid. Mas, o número de mortes continuou em alta. O mês entrou para a estatística de mais letal da pandemia.
Na primeira semana de abril, entre os dias 2 e 8, foram registrados 256 casos positivos e 16 óbitos por Covid-19. Na semana seguinte, de 9 a 15 de abril, o número de casos novos caiu para 178, mas o número de mortes subiu para 17. Na terceira semana, entre 16 e 22, foram 149 contaminados e 8 mortes. No período entre os dias 24 e 29, foram 56 novos contaminados e 5 mortes.
“Não podemos abusar, temos que tomar os cuidados. Quem está vacinado ainda precisa se precaver e quem ainda não é vacinado, mais ainda, porque se pegar a doença ninguém sabe como ela vai evoluir. Pode ser uma gripezinha, como pode ser o caixão. Vamos redobrar os cuidados”, alertou o médico coordenador da UTI na Santa Casa, Fernando Bertucci em entrevista ao CIDADÃO na edição passada. Embora repetitivo, ele reforçou os cuidados “Use máscara, distanciamento, lave as mãos. Não se reúna desnecessariamente. São cuidados simples, que é que estão mantendo as pessoas vivas”, enfatizou.
Com a abertura gradual da economia, há o temor de que possa ocorrer um repique no contágio. Por isso, o secretário da Saúde Ivan Veronesi lembrava que toda a estrutura da UPA permanece mobilizada para eventual necessidade. Até mesmo o projeto de transferir atendimento clínicos da UPA para a escola Angelo Finoto, ao lado, segue em “stand by”.

SANTA CASA

De acordo com boletim divulgado nesta sexta-feira pela Santa Casa de Fernandópolis, o número de pacientes internados por conta da Covid-19 era de 33 pacientes assim distribuídos: na Unidade de Atendimento a Síndromes Gripais estavam internados 15 pacientes em leitos de UTI e 9 na enfermaria, dois dos quais ainda aguardando exame confirmatório para Covid. Outros dois pacientes, fora do período de contágio estavam ocupando leitos na UTI Geral. Na Unidade do convênio entre Santa Casa e Prefeitura de Fernandópolis, o número de pacientes internados era de quatro em leitos de UTI e três na enfermaria.