A natureza conspirou para que Mauro Divino se tornasse um grande artista plástico. Mineiro de Barbacena, com ascendência afro e baiana, ele se aventurou pelo Rio de Janeiro, morou durante 20 anos em Tanabi e vive há um ano em Fernandópolis.
Usando latão, cobre, martelo, lixa, lima e outros instrumentos e materiais, Divino forja suas obras com grande precisão e talento.
Em exposição no Shopping Center Fernandópolis, representando a Semana Afro, ele mostra espelhos com molduras belíssimas de aves típicas brasileiras, letras e arte marroquina. Associando arte e praticidade, perpetra abajures de diversos formatos. Sua porção afro se revela nas máscaras de iniciação ao candomblé.
Sou negro e gosto de retratar minhas origens. Mesmo não sendo um grande conhecedor do candomblé, procuro estudá-lo para elaborar minhas obras.
Suas obras, segundo estudiosos, não se classificariam como artesanato, mas sim, arte aplicada por ter duplo sentido. Porém, Divino procura dar utilidade à sua arte. Defendo a bandeira do artesão. E se eu fizer uma escultura, ela tem de ser utilitária.
Há 30 anos desenvolvendo essa técnica, Divino tem inovado cada vez mais e criado obras de arte arrebatadoras. A Semana Afro, organizada por estudantes universitários, tem excelente artista para representar uma parcela da cultura negra.
A exposição de Mauro Divino deverá permanecer no saguão do Shopping Center Fernandópolis até o dia 20 de maio.