Saúde

Médico fernandopolense destaca importância da prevenção do glaucoma



Médico fernandopolense destaca importância da prevenção do glaucoma
Dr. Gustavo Almeida de Oliveira oftalmologista

Uma doença silenciosa e assintomática. Essa é uma definição resumida do que é glaucoma, segundo médico oftalmologista Gustavo Almeida de Oliveira. O alerta ocorre no dia 26 de maio que marca a celebração do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. O oftalmologista fernandopolense ressalta que há vários tipos de glaucoma e podem ter caráter genético ou desenvolvido ao longo do tempo. Dentre eles, cita o glaucoma primário de ângulo aberto, glaucoma de pressão normal, glaucoma de ângulo fechado, glaucoma congênito e o glaucoma secundário. 

O médico destaca que é comum receber pacientes em seu consultório que vem para um procedimento de rotina, mas que acaba se queixando de algum tipo de dor intraocular. Um alerta para um possível glaucoma.

“Já consultei alguns pacientes aqui no meu consultório que chega e diz que está com dor nos olhos e me perguntaram se não era a pressão do olho que estava alta. Infelizmente, o glaucoma não dói. Ele é assintomático. O paciente não sente dor. É uma pressão intraocular. Por isso que o paciente não apresenta sintomas”, disse Gustavo.

Segundo o médico, normalmente, os casos se manifestam com mais intensidade a partir dos 30 anos de idade, estágio em que o paciente começa a perceber a alteração na pressão intraocular. Dentre as formas mais severas, está o glaucoma congênito que pode levar o paciente a cegueira antes mesmo dos 50 anos. Foi o que aconteceu com o comerciante, Jaime Lima Silveira, 47 anos. Ainda na infância, ele foi diagnosticado, passou por várias cirurgias, mas perdeu integralmente a visão aos 43 anos de idade.

“Tenho glaucoma congênito muito agressivo e ele foi se desenvolvendo mesmo que os meus pais nunca tenham deixado de cuidar. E desde que nasci, fui perdendo a visão”, disse Jaime.

Jaime conta que fez todos os procedimentos cirúrgicos recomendados, mas os médicos não puderam evitar a sua cegueira porque se tratava de um quadro irreversível. Ele foi diagnosticado no tempo hábil para tratamento se a sua forma de glaucoma não fosse a mais severa. Sobre isso, Gustavo destaca a importância do diagnóstico prematuro na prevenção do glaucoma e faz um alerta para os riscos envolvidos na ausência de um tratamento para todos os tipos da doença.

“Hoje, é a principal causa de cegueira irreversível. Porque todo dano que ele vai causando no nervo, é irreversível. O paciente não percebe no começo porque mesmo com a pressão elevada do olho não sente dor. Ele começa a perder a visão de fora para dentro, a perder o campo visual. Às vezes, quando descobre só resta a visão do centro. Já perdeu toda a periferia. E se não controlar a partir de então, ele continuará a perder o nervo e dessa forma, chegará um momento que apagará a visão, resultando numa cegueira total”, alertou Gustavo.

O médico oftalmologista ressalta ainda sobre a necessidade de fazer um acompanhamento trimestral para ver a pressão do olho e indica exames específicos para considerar a extensão que esse glaucoma já acometeu na visão do paciente.

“A consulta de rotina ao oftalmologista não se resume apenas à receita dos óculos, e sim, a visão geral do olho. Como se trata de uma doença silenciosa, o estrago feito durante esse período que não foi diagnosticado é irreversível. Por isso que o acompanhamento se faz tão importante”, destacou.

De acordo com estimativas da OMS - Organização Mundial da Saúde - o glaucoma afetará 80 milhões de pessoas em 2020 e 111,5 milhões em 2040. Especialistas alertam que, na maioria das vezes, o paciente só procura um especialista quando já tem cerca de 90% da visão comprometida.

"O paciente quando vem se consultar é para fazer um procedimento de rotina. Mesmo sem sentir nada, vem por causa dos óculos. Aí é quando descobre que, além da pressão do olho está alta já tem alguns danos no nervo dele e, consequentemente, na visão. Infelizmente, esses danos já são irreversíveis. O que perdeu não tem como recuperar mais. O que pode ser feito é preservar o que ainda tem da visão a partir desse momento”, concluiu o médico oftalmologista Gustavo Almeida de Oliveira.