Meio Ambiente

Monitor alerta para o agravamento da seca na região noroeste



Monitor alerta para o agravamento da seca na região noroeste

A seca se agrava na região noroeste de São Paulo, alerta o Monitor de Secas. Com índice zero de chuva até ontem, 21, maio já é o mês mais seco desde 2009 (veja quadro). O volume de chuva acumulado entre janeiro e maio (232,30 mm) é 58% menor na comparação com o mesmo período do ano passado (431,54 mm) e 191% na comparação com 2017 (794,27mm) conforme dados da Estação Hidrológica do Ciiagro – Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas – em Fernandópolis.
Com o quadro agravado, o Monitor de Secas manteve a região no mês de abril no grau de “seca excepcional – S4) em atualização divulgada nesta semana com efeito imediato para as pastagens, ocorrências de queimadas e na conta de luz.
“Essa é a pior condição já registrada no estado ao longo desses 5 meses”, avaliou Robson Franklin, do Monitor da Seca.
“Pelo monitoramento mensal que foi feito até agora, o que pudemos notar é que essa situação de piora na condição de seca registrada no noroeste paulista ocorreu em plena estação chuvosa, justamente como resultado de chuvas abaixo da normalidade para o período. Considerando que estamos entrando no período de estiagem climatológica na região, o que se pode esperar é que a situação de seca piore”, diz Francklin.  
O efeito mais crítico da seca na região é o reservatório da Usina Hidrelétrica de Água Vermelha, que no dia de ontem, segundo o site do ONS – Operador Nacional do Sistema – estava em 5,13% do volume útil. Em maio do ano passado, o reservatório estava com 54,21%. Entre as usinas do sistema Grande, a situação é crítica também em Marimbondo (Icém) com 8,18%  e melhora nas Usinas de Furnas (37,46%) e M. Moraes (54,2%). Outra Usina da região, a de Ilha Solteira estava nesta sexta-feira com 48,4%.


O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
CONTA DE LUZ
O brasileiro já vive sob o regime das bandeiras tarifárias: quanto mais seco o clima, maior o custo em função da necessidade de acionar as usinas termelétricas, cujo custo operacional é maior que o das hidrelétricas.
A falta de chuvas reflete de forma quase que imediata no valor da conta de energia da população brasileira. Isso ocorre porque a maior parte da matriz energética do Brasil provém das usinas hidrelétricas e quando os níveis dos reservatórios estão baixos é preciso acionar as usinas termelétricas.
No mês de maio, o Brasil passou a ter a bandeira tarifária vermelho patamar 1, com custo adicional de R$ 4,16 para cada 100 kWh (quilowatts) consumidos.