Fernandópolis e a região noroeste enfrentam a pior seca atualmente no Brasil, a chamada “seca excepcional”, superando regiões do nordeste. É o quinto mês seguido que Fernandópolis aparece no mapa do Monitor da Seca, da Agência Nacional de Águas, no nível mais extremo. A seca atinge a região desde janeiro, quando já estava enquadrada no nível de “seca extrema”.
Segundo Robson Franklin, do Monitor da Seca, em avaliação para o CIDADÃO, “essa é a pior condição já registrada no estado ao longo desses 5 meses”.
O nível de chuva está em queda desde o ano passado e piorou nos primeiros seis meses, com registro de apenas 45% do total de chuva previsto para o período. A última chuva em Fernandópolis foi em 10 de junho com 9mm. Julho e agosto estão zerados.
Franklin explica que o Mapa do Monitor serve como um diagnóstico, um retrato da situação de seca no mês a que ele se refere, não sendo, portanto, uma ferramenta de previsão/ prognóstico.
“Pelo monitoramento mensal que foi feito até agora, o que pudemos notar é que essa situação de piora na condição de seca registrada no noroeste paulista ocorreu em plena estação chuvosa, justamente como resultado de chuvas abaixo da normalidade para o período. Considerando que estamos no período de estiagem climatológica na região, o que se pode esperar é que a situação continue se agravando”, diz Francklin.
Segundo a Agência Nacional de Águas, a expectativa é que a situação piore e que haja perdas de pastagem, escassez de água nos reservatórios, córregos e poços de água, criando situações de emergência na região. Atualmente, quatro cidades da região adotam racionamento de água: Rio Preto, Santa Fé do Sul, Uchoa e Suzanápolis.
Além dos efeitos nocivos para a agropecuária, a falta de chuva também compromete o
A Usina de Água Vermelha recuperou volume útil nesta semana. Saiu de 12% há 15 dias para 20,98% registrado nesta sexta-feira, com a liberação de água da Usina de Marimbondo em Icem, cujo volume está em 15,6%.
Em meio a seca excepcional, a região também enfrenta onda de calor em pleno inverno. É o chamado “veranico”. Desde segunda-feira, 16, a temperatura em Fernandópolis, segundo a estação do Ciiagro vem registrando marcas entre 34 e 36 graus, acompanhada de baixa umidade relativa do ar. Durante toda a semana, a umidade registrada ficou abaixo de 20%.
Meteorologistas dizem que a temperatura continuará subindo nos próximos dias na região, com grandes chances de bater recorde de calor.
EFEITO COLATERAL
Uma extensa área entre Fernandópolis e Meridiano foi atingida por grande queimada nesta sexta-feira, 20. Colunas de fumaça podiam ser vistas da área central da cidade. Efeito da pior seca dos últimos anos. O fogo atingiu área do Distrito Industrial 6 à margem da Rodovia Euclides da Cunha.
Monitor coloca Fernandópolis na região mais seca do Brasil em meio à onda de calor
O mapa mostra a situação no Brasil acompanhada pelo Monitor de Secas. Quanto mais escura a região, maior intensidade da seca