Movimento Popular faz representação ao MP contra cessão de terreno à Sabesp

O Movimento Popular “Abaixo a Exploração da Sabesp” fez nova investida contra a empresa nesta segunda-feira, 12.
Coordenadores do grupo protocolaram no Ministério Público um representação contra a cessão à Sabesp, pela prefeita Ana Bim (PDT), de um terreno de quase 7 mil m2, pelo sistema de permissão de uso.
O documento contesta a legalidade do decreto 5.274, de 2 de janeiro de 2007, através do qual Ana Bim concedeu a permissão. O terreno está sendo usado pela empresa como depósito de tubos. À representação foi anexado um abaixo-assinado contendo 160 assinaturas, colhidas entre os moradores dos bairros Ana Luiza, Emilio Mininel e Palma Mininel.
A alegação do Movimento Popular é a de que “trata-se de uma área institucional nobre, numa região densamente povoada, carente de espaços públicos destinados ao lazer”.
A documentação foi encaminhada ao Promotor de Justiça Denis Henrique Silva, que deverá analisar a legitimidade da reivindicação nos próximos dias.

AMIANTO
O coordenador do movimento, José Reginaldo Landin, contestou ontem os termos da nota oficial da Sabesp, segundo a qual “a ingestão de água que eventualmente contenha resíduos de amianto não provoca câncer”.
Landin exibiu cópia de artigo publicado na Revista da Associação Médica Brasileira (Volume 47, nº 3), de onde destacou o seguinte trecho: “(...) O mesotelioma de pleura é uma neoplasia maligna especificamente relacionada com a exposição ao asbesto, cujo risco é dependente do tempo de latência e do tipo de fibra, sendo três vezes maior nos expostos aos antibólios quando comparado aos expostos à crisotila. Exposições ambientais não-ocupacionais ao amianto também têm sido associadas ao risco de mesotelioma. O câncer de laringe e alguns tumores gastrintestinais também foram relacionados ao amianto em alguns estudos”.