Economia

Mulheres estudam mais e ainda ganham menos que os homens em Fernandópolis



Mulheres estudam mais e ainda ganham menos que os homens em Fernandópolis

Dados da RAIS - Relação Anual das Informações Sociais – referente a 2019 ainda embutem um quadro histórico de desigualdade no mercado de trabalho envolvendo homens e mulheres. Isso em pleno século 21. Esse quadro prevalece ainda que as mulheres estudem mais que os homens.

Os números referentes ao mercado de trabalho em Fernandópolis é apenas um espelho, em dimensão menor, do que ocorre no cenário nacional.

Os dados mais recentes da RAIS referem-se a 2019 e mostram, por exemplo, que em Fernandópolis o total de trabalhadores com vínculos ativos em 31 de dezembro de 2019 totalizava 16.704 contratos de trabalho. Desse montante, 9.526 eram trabalhadores do sexo masculino e 7. 178 do sexo feminino.

Apesar de em menor número no mercado de trabalho, as mulheres levam grande vantagem sobre os homens na questão do estudo. Enquanto as mulheres com curso superior completo somam 30% de sua força de trabalho em atividade, apenas 12% do total de homens tem essa formação.

A vantagem das mulheres termina ai. Na hora de receber o salário no mesmo segmento, a diferença salarial chega a 10%. O salário médio feminino era de R$ 2.298,57 enquanto o masculino chegava a R$ 2.477,85. A diferença aumenta quando a comparação é feita por segmento e escolaridade. Em alguns casos, homens chegam a ganhar quase 50% a mais que as mulheres.

Ainda dentro da categoria grau de instrução, a maior parte das trabalhadoras - dado em linha com o cenário geral do mercado de local - tem o ensino médio completo, num total de 3.830 pessoas. Neste caso, a remuneração média é de R$ 1.800,91. Em seguida aparecem as com ensino superior completo (2.154) com salário médio de R$ 3.501,67 e fundamental completo (332). Já os homens são 1.207 com curso superior completo e salário médio de R$ 4.179,34, seguido por 5.170 com ensino médio completo e salário médio de R$ 2.260,82. Os que tem fundamental completo são 925.

A maior parte da força de trabalho feminina está concentrada em dois segmentos: comércio e serviços. Os homens, além destes dois segmentos, também formam a maioria na indústria (veja quadros).

Quando se avalia o perfil de idade dos trabalhadores, o destaque fica por conta daqueles que estão na faixa etária de 30 a 39 anos. Os homens são 2.595 e as mulheres 2.221. Em seguida, os da faixa entre 40 a 49 anos (2.066 homens e 1.724 mulheres). Na faixa inicial, de 18 a 24 anos, os homens somam 1.361 e as mulheres 930.

Para especialistas, a explicação que mantém essa desigualdade ainda viva no mercado de trabalho não apenas de Fernandópolis, mas de forma geral, é a cultura relacionada ao gênero e à forma de educar crianças, que perpetua diferenças entre coisas de mulher e coisas de homem.

Na comparação com o levantamento da RAIS de 2018, houve um aumento de 2% no número homens e mulheres no mercado de trabalho Fernandópolis avançou 0,7%, já que o estoque total passou de 16.578 em 2018 para 16.704 em 2019. Na divulgação do último Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – de outubro, o estoque de emprego apresenta retração em 2020. Está em 15.652 postos de trabalho, muito explicado em função da pandemia do coronavírus.