Política

“Não sou coronel, sou de diálogo”, diz prefeito sobre reeleição



“Não sou coronel, sou de diálogo”, diz prefeito sobre reeleição

Pessuto afirma que vai ouvir todos os partidos da base e garante que vai apoiar se outro nome for escolhido
O prefeito André Pessuto (DEM) defendeu o diálogo sobre eventual candidatura a reeleição durante entrevista esta semana no programa Rotativa no Ar da Rádio Difusora. 
“Não sou coronel, não bato no peito e digo eu sou (candidato) e ponto final. Sou de diálogo. Vou dialogar com todos os partidos e, se os partidos, que fazem parte da base aliada entenderem que não estou no momento de reeleição, não tem problema, eu saio para apoiar quem for o escolhido”, comentou.
Pessuto também afirmou que o fato de Fernandópolis nunca reeleger um prefeito precisa ser levado em conta. “Talvez a população goste de alternância de poder e seja hora da população refletir se está funcionando ou não. Cidade vizinha a nossa teve dois prefeitos em 16 anos. Nós tivemos sete prefeitos nestes 20 anos. Há que se pensar nisso. Isso mostra também uma cidade extremamente dividida politicamente”, avaliou. “Acho que está na hora de Fernandópolis definitivamente promover uma junção política. Se tiver que ser o meu nome vai ser, senão for, respeito”, acrescentou.

EXONERAÇÃO DE SECRETÁRIO

Na entrevista, Pessuto comentou a demissão do Secretário da Saúde Flávio Ferreira. 
“Ele vinha fazendo um bom trabalho, porém fez alguns comentários a respeito da Operação Vagatomia e não fiquei satisfeito com o que falou. É um ponto de vista dele que não concordo. Discordei e ele entendeu isso”, disse o prefeito que confirmou ter ido até a Polícia Federal conversar sobre o assunto. No lugar de Ferreira assumiu Ivan Veronesi. 
 

RETIRADA DE PROJETO

Na entrevista, o prefeito André Pessuto disse que o projeto que flexibilizava a exigência de curso superior para se ocupar cargo de secretário ou de gerente na Prefeitura, foi um pedido do legislativo. O projeto foi objeto de reportagem do CIDADÃO. “Eu sou um prefeito que escuto muito o Legislativo. Em consenso, já pedi para retirar o projeto.  O próprio legislativo entendeu que era melhor retirar”, disse. A retirada do projeto já foi oficializada à Câmara.
 

REFORMA DO IPREM

O prefeito também comentou a situação do Iprem – Instituto de Previdência Municipal – e anunciou que vai cumprir o prazo para encaminhar a reforma da previdência para a Câmara. “Conseguimos reduzir o atuário, que é o que se paga tirando os parcelamentos que existem. Quando assumi essa dívida anual era de R$ 15 milhões até 2043. Com as reformas pontuais, conseguimos reduzir isso para R$ 7 milhões. Ainda assim é impagável”, apontou. 
 

NOVA RODOVIÁRIA

Minimizou erros no projeto da nova rodoviária. “Foi um erro de engenharia não ter a torneira no local (salão do barbeiro), um problema menor em comparação à obra, mas foi resolvido. Na questão da galeria, a equipe entendia que o que tinha ali era suficiente e não se tinha conhecimento do problema (obstrução) onde a galeria desembocava na Raul Gonçalves Junior. Veio a enchente e descobrimos o problema. Seria ineficiência minha se não tivesse resolvido. Mas, resolveu”.
 

ENCHENTES E AVENIDAS

Na entrevista, Pessuto enfrentou questões das enchentes e situação das avenidas Raul Gonçalves Junior e Teotônio Vilela.  Considerou que os problemas com enchentes são pontuais e graves. “Esse problema de infraestrutura é de anos, de cidades que não foram planejadas e hoje a gente paga o preço por isso”. O prefeito chegou a estimar que só para resolver o problema de enchente na região do Parque Estoril, precisaria de algo em torno de R$ 20 milhões. “Representa 10% do orçamento do município. Não tem como resolver um problema desse. Não adianta ficar mentindo para o povo”, enfatizou. 
O prefeito lembrou que o prolongamento da Avenida Raul Gonçalves Junior, trecho de cerca de 400 metros, precisa de obras de captação de águas pluviais, desde a Rua Pernambuco, descendo pela Avenida Brasília, passando pelo Jardim Acapulco, até a avenida. “Obra de 40 milhões. Provavelmente a execução dela será numa próxima renovação de contrato com a Sabesp, se Plano Diretor prever isso”, disse.
Ele comentou que a Avenida Teotônio Vilela ainda tem um problema sério na Justiça e que vai sobrar para muita gente. A prefeitura aguarda a construção da nova represa na PPP com o Grupo Arakaki, para poder reconstruir a ponte por R$ 200 mil. “Do contrário, é uma obra de R$ 2 milhões”, frisou. O grupo tem até o final do ano para fazer a represa.