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Nossa frota de veículos está envelhecendo



Nossa frota de veículos está envelhecendo
Advogado Brás Perucchi e seu Fusca 1987, primeiro carro da família, conservado original:

A frota fernandopolense de veículos está envelhecendo há pelo menos seis anos consecutivos. Atualmente, dois terços da frota que circula pela cidade, que é de 61.663 veículos (número do Denatran de maio), tem mais de 10 anos. Em números, são mais de 40 mil veículos. Os mais novos, com até 10 anos, representam 34%. O número é ainda menor quando se trata de novos e seminovos, com até cinco anos. São 6,9 mil veículos. 
Com o tombo das vendas de modelos novos previsto para este ano - de cerca de 40%, segundo previsão dos fabricantes -, a idade média dos automóveis em circulação supera dez anos.
Levantamento feito por CIDADÃO, tomando por base períodos de 10 anos, constatou, por exemplo, que a década que concentra maior número de veículos é o período entre 2000 e 2010. São 21.786 veículos (35,3% da frota). A década a seguir, 2010 a 2020, vem em segundo com 20.970 (veja o quadro).
Um total de 9.736 veículos fabricados na década de 90 ainda circulam pelas ruas de Fernandópolis. Da década de 80, são 5.786. Abaixo da década de 70, acreditem, ainda tem 2.849 veículos na cidade. 
Mas, é bom separar carros velhos, de carros antigos. Tem muita lata velha circulando pela cidade, mas tem muito carro antigo tratado como verdadeira joia, relíquia, daquelas de parar o trânsito. Entre esses carros antigos, está o Fusca do advogado Brás Antonio Perucchi. Foi seu primeiro carro, e é conservado original. “Carro que carrega a história da família”, diz (veja acima). 
De acordo com relatório do Denatran, Fernandópolis tem veículos fabricados em 1900, 1928, 1947, 1951, 1954, 1957 e por vai. Muitos deles são da valiosa coleção do empresário Ireno Bim, do Ferro Velho São Paulo. A maior parte dos veículos da década de 60, é de fusquinhas que ainda rodam garbosamente pela cidade.

MÉDIA

Estudo do Sindipeças - Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores - com base em dados de 2019, a média da frota nacional é de 9 anos e 10 meses, um ano e 4 meses a mais do que em 2012, quando o mercado registrou venda recorde de 3,8 milhões de veículos novos. A idade média dos caminhões é ainda maior, de 11 anos e 7 meses.
Com a retração de 40% esperada para este ano, a idade média dos automóveis vai passar de uma década.
O estudo mostra ainda que o Brasil tem hoje 4,6 habitantes por veículo. Há dez anos eram 6,5 pessoas por veículo, ou seja, com o crescimento mais lento da frota essa proporção tende a ser menor.
Fernandópolis está com índice próximo ao dos Estados Unidos onde a relação é de 1,2 habitante por veículo. A cidade tem uma frota, segundo o Denatran, de 61.663 veículos e uma população de poucos mais de 69 mil.

“Meu Fusca, meu primeiro carro, verdadeira adoração”

“Meu Fusca, meu primeiro carro, verdadeira adoração”
Fusca 1987 do Advogado Brás Perucchi

É uma paixão que vem da infância. Depois vira um sonho na adolescência, de chegar logo os 18 anos para tirar a carteira de motorista e, claro, comprar o primeiro carro e ganhar a independência. Por trás de um carro antigo, tem sempre uma história de amor, de paixão. 

O Fusca, Fusquinha ou Fuscão, foi a realização do sonho de primeiro carro para muitas gerações. Virou paixão nacional, tanto que um presidente, Itamar Franco, chegou a anunciar a retomada de sua fabricação no início da década de 90.
O Fusca também foi um ícone do cinema (“Se meu Fusca falasse”) e da música sertaneja (Fuscão Preto).  
Mas, nada se compara ao reluzente Fusca azul do advogado Braz Antonio Perucchi guardado como tesouro na garagem e conservado original, de quando saiu da concessionária. “É minha adoração, carrega a história da minha família”, crava. 
É um modelo de 1987, azul, cuidado com muito carinho. “Não fica exposto ao tempo ou ao sol”, diz o advogado.

“Todos nós, quando jovens, o primeiro sonho era ter um Fusquinha. Quando me casei com a Maria de Lourdes no início de 1987, realizei o meu sonho, adquiri esse Fusca que conservo até hoje. Ele está comigo há décadas (33 anos), minhas filhas, Camila e Caroline cresceram dentro dele indo para a escola Coopere. Passeamos muito com esse Fusca que guarda boas lembranças das nossas vidas. Tem a história da minha família com esse Fusca. A esposa e as filhas adoram dirigir e a filha mais nova já avisou que o Fusca é dela”, conta. 

O Fusca tem o seu espaço na garagem, recebe tratamento especial e só sai para momentos especiais.

“Vendo qualquer carro, menos o Fusca. Ele está muito conservado, original completo, tenho uma verdadeira adoração”, enfatiza Perucchi, que completa:

“Foram bons tempos, boas lembranças, boas histórias e piadas dos amigos. Lembro também que o senhor Jayme Migliorini, da Coferauto, adorava esse carro, que eu levava na agência para fazer as revisões na agência. Muita saudade”.