O Conselho Tutelar de Fernandópolis vem sendo exemplo para muitas outras cidades, seja por suas ações pontuais ou pelo excelente entrosamento entre o Poder Judiciário, Polícia Militar e com a própria comunidade.
Na noite do último dia 14, foi realizada mais uma blitz na cidade, que percorreu estabelecimentos como bares, praça de alimentação, baile funk e motéis. Segundo João Batista dos Reis, presidente do Conselho Tutelar, com o trabalho realizado pela instituição, o número de ocorrências de os furtos tem caído bastante. Seja por conta das visitas que fazem em bares e avenidas ou pelos constantes alertas aos pais para que fiquem sempre atentos no que os filhos estão fazendo.
Esta operação foi realizada em razão de denúncias feitas pela população, sendo que uma delas era referente ao consumo de bebida alcoólica por menores dentro do shopping, além de que menores estariam freqüentando os motéis da cidade, o que levou os conselheiros tutelares a realizarem abordagens dentro desses estabelecimentos. Outra denúncia que foi averiguada foi a de que um bar estaria facilitando a prostituição, oferecendo uma cama para os programas fossem realizados.
Na blitz foram encontrados um menor ingerindo bebida alcoólica na praça de alimentação do shopping e outro em um bar da periferia da cidade. Eles foram conduzidos até suas residências e seus pais receberam advertência verbal e por escrito. Os dois casos serão levados ao conhecimento da promotoria, que tomará as medidas cabíveis. No caso de uma reincidência, os pais estão sujeitos a pagar multa e até cumprir pena em regime fechado.
Os proprietários de bares e restaurantes foram alertados para que fiquem atentos em relação a situações nas quais menores consumam bebidas alcoólicas em seus estabelecimentos. O ideal é pedir a documentação no caso de dúvida para que se constate se o cliente é menor ou não. Se ele não estiver munido de documento, a orientação é que seja convidado a se retirar do estabelecimento para que o mesmo não seja multado. Na primeira vez o estabelecimento é notificado. Já na reincidência são tomadas as medidas cabíveis, o que pode levar até ao fechamento do estabelecimento, disse João Batista.
Baile promovido por escola chama a atenção de conselheiros
O baile realizado pela EE Joaquim Antonio Pereira também recebeu a visita dos membros da Polícia Militar e dos conselheiros tutelares na sexta-feira, 14. Com entrada livre, o evento reúne crianças de oito anos até adultos, que chegam a formar um público de mil pessoas por noite. Uma equipe formada por seis seguranças é responsável por manter a ordem no local.
O valor do convite é de R$ 3,00, que, segundo a diretora da escola, Ivonice Mathias, é destinado ao pagamento dos custos do evento e o restante revertido em melhorias prediais e estruturais da escola. Já construímos uma sala de jogos, um laboratório multimídia e estamos finalizando um de ciências físicas. As verbas do estado demoram muito para chegar e por isso resolvemos realizar uma vez por mês este baile, justificou a diretora, que também afirmou não possuir alvará do juizado da infância e da juventude para realizar o evento.
Os conselheiros tutelares ficaram impressionados com a quantidade de crianças e adolescentes presentes no baile. De cara reconhecemos vários menores que estão na condição de liberdade assistida e que não deveriam estar em um baile como este, além do que, vemos crianças ao lado de adolescentes fumando, disse a conselheira Célia Mafra.
Um DJ embala o público com som de funk, nos moldes dos bailes cariocas.
Na noite em que o conselho visitou o baile, a PM já havia sido acionada duas vezes por conta de brigas no local. Durante a visita da blitz uma outra briga também aconteceu, mas nesta, os seguranças conseguiram acalmar os ânimos.
Aqui não vendemos nenhum tipo de bebida alcoólica e às 23h00, desligamos o som para a festa acabar. A maioria do público é formada por alunos da própria escola, que ficam nos cobrando a realização do baile, explicou Ivonice.