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O Fefecê está de volta



O Fefecê está de volta

Depois de amargar um ano sem futebol, o fernandopolense vai poder retornar ao Estádio Claudio Rodante, todo reformado, para ver o Fefecê em campo. O Campeonato Paulista da Segunda Divisão Sub-23, organizado pela Federação Paulista de Futebol, começa para o Fernandópolis FC. neste sábado em Catanduva. Apesar da crise e da desconfiança, um grupo se uniu para resgatar o time. Quem está na presidência do clube é Valter Cândido Alves, 42 anos, que pede mais apoio dos empresários e da torcida. “Deem um voto de confiança para essa diretoria, estamos fazendo um trabalho com pé no chão, buscando estruturar o time para voos mais altos. Mas, podem ter certeza, a torcida terá orgulho de ir ao Estádio ver o Fefecê este ano”, disse nesta entrevista ao CIDADÃO. O primeiro jogo em casa será na sexta-feira, 13, contra o América de Rio Preto, às 20h30. Os jogos no Claudio Rodante serão sempre às sextas-feiras à noite. Confira a entrevista:

O Fefecê estreia neste sábado. O que a torcida que pode esperar do time que está voltando a disputar um campeonato profissional de futebol?
A torcida pode esperar muito empenho e dedicação. Estamos correndo atrás e nossa meta é ter um time competitivo, sem fazer loucuras. É um trabalho pé no chão, mas pode ter certeza, a torcida vai ter orgulho de ir ao Estádio este ano.
O Fefecê ter ficado fora do campeonato no ano passado, qual foi o prejuízo?
O prejuízo é que a gente não tem uma base montada. Começamos do zero e o planejamento fica mais difícil. Se tivéssemos disputado o campeonato, teríamos alguns jogadores da cidade. Além disso, o fato de não ter disputado o campeonato, gera uma certa desconfiança e isso dificulta buscar patrocinadores. O pessoal tem dúvida ainda se vai ter o Fefecê. Posso garantir, o time vem forte.
Para viabilizar a volta do Fefecê disputando um campeonato oficial da Federação Paulista de Futebol, qual foi a maior dificuldade encontrada?
A situação do País é a maior dificuldade. A crise ainda é muito grande. Por isso estamos propondo um trabalho muito pé no chão, mudar a mentalidade de como se tocar o futebol na cidade. O Fernandópolis FC. tem que ser como uma empresa. Por isso nossa meta é reestruturar o clube para depois pensar em subir. Não pode pensar em subir sem estrutura, porque vai cair. Já tivemos essa experiência. Por isso, estamos com os pés no chão, para que tudo que for combinado a gente possa cumprir. Hoje temos que fazer os empresários e a torcida acreditarem no trabalho pela volta do Fefecê. 
Na parte financeira, como está a situação do clube?
Estamos precisando de mais apoio. Hoje a folha de pagamento vai girar em torno de R$ 20 mil só com os jogadores, mas R$ 10 mil de comissão técnica, totalizando R$ 30 mil. Mas, a gente precisa do apoio da torcida, dos empresários, para que possamos montar um time forte. Estamos visitando empresas, buscando esse apoio que é fundamental para tocar o time. 
E torcedor, de que forma ele pode participar desse projeto que está resgatando o Fefecê?
Lançamos o título de sócio para as arquibancadas cobertas, no valor de 50 reais por mês, mais uma camisa oficial do clube. Pensando no povão, lançamos o passaporte do Fefecê. Qual a vantagem neste plano? O torcedor se for assistir os sete jogos do Fefecê nesta primeira fase no Estádio, pagaria em torno de 70 reais. Nós estamos vendendo o passaporte por 50 reais. 
O campeonato esse ano é sub-23, isso permite se fazer um trabalho mais estruturado, pensando no clube lá na frente?
Sim. O pensamento é esse. Como é sub-23, vamos trabalhar para revelar novos talentos no futebol. O importante é que o trabalho deste ano seja a base para o ano que vem, para evitar o que ocorreu esse ano quando pegamos o clube, sem nada, estava no fundo do poço.
Daquele time que disputou a Copa São Paulo de Juniores em janeiro, o Fefecê vai aproveitar algum jogador?
Vamos ter sim. Tem o Juninho, centroavante, muito bom jogador. Ele inclusive foi o destaque no jogo treino que realizamos contra o Osvaldo Cruz. Tem também o lateral esquerdo Jean. E tem outros jogadores também em observação. Creio que vamos aproveitar de 3 a 4 jogadores daquele time.
Você buscou o técnico Luiz Muller que estava na Série A 3. O que ficou acertado com o treinador em relação ao time que está sendo montado?
Já fazia tempo que estávamos conversando com o Luiz Muller, quando ele ainda estava no São Carlos. A gente passou o projeto e ele abraçou a causa, gostou, porque é um projeto de longo prazo, dar condições a ele revelar jogadores da região. O Fefecê precisa começar a andar com suas próprias pernas para não depender de prefeitura, de ninguém. 
Que tipo de apoio a prefeitura está oferecendo ao time?
Eu só tenho a agradecer o prefeito André Pessuto, ao vice Gustavo, ao secretário de Esportes, Dunga, vereadores, o deputado Fausto Pinato. Eles estão dando todo o apoio possível ao clube.
O estádio passou por reforma recentemente. Como está a estrutura para o campeonato nesse ano?
É das melhores. Ficou muito boa a reforma do Estádio e junto com a torcida e com os empresários, a gente reformou o alojamento dos atletas que conta com ar condicionado, internet, tv a cabo e alimentação é a melhor possível. Estamos oferecendo condições aos atletas para que possamos cobrar rendimento dentro de campo.
A estreia do time será neste sábado, 7, na cidade de Catanduva, contra o Catanduva. Já dá para pensar em bom resultado ou ainda é prematuro?
Vamos para Catanduva em busca de um bom resultado na estreia. Estamos pensando em vitória. Para o jogo contra o América em casa no dia 13, sexta-feira, já teremos mais jogadores que estão chegando nesta semana. Estamos trazendo um goleiro, um meia esquerda e mais dois atacantes que não vão jogar em Catanduva e devem estrear contra o América. 
O Fefecê fez a opção de fazer seus jogos em casa às sextas-feiras, 20h30. Por que?
Para o público é melhor. A nossa região é muito quente, como vamos ao Estádio com uma criança ou um idoso, 10 horas da manhã ou 3 horas da tarde? É uma judiação, é muito quente. Fizemos uma enquete e decidimos ficar com jogos às sextas-feiras à noite. Até porque a iluminação do Estádio foi toda reformada e melhorada.
Que tipo de ajuda a Federação está repassando para os clubes?
Ela está dando o material esportivo da Kappo, que decidimos não pegar pois não é de boa qualidade. A Federação está dando ainda R$ 35 mil na primeira fase dividida em três parcelas. Como temos dívidas trabalhistas do passado, não temos direito de receber esse valor. Falei com o presidente da Federação Reinaldo Carneiro e ele me disse que não tinha como transferir esse dinheiro para o time por conta dessas dívidas trabalhistas. E esse dinheiro está fazendo muita falta no nosso caixa.
Sobre essas dívidas trabalhistas, o time corre algum risco de ter bloqueio de renda, por exemplo?
Estamos com dois advogados cuidando disso para evitar penhorar renda e outras receitas, porque já perdemos o dinheiro da Federação. Se tirarem a renda, fica difícil tocar o clube.
O campeonato que começa neste sábado, é dividido em várias fases. Nesta primeira fase temos 14 jogos garantidos, sete deles em casa?
O nosso planejamento é estar entre os três classificados ao final dessa primeira fase. Estamos trabalhando com a perspectiva do time ter jogos até outubro. Estamos conversando com os patrocinadores, com os jogadores que estão firmando contrato até outubro.
E o apoio da diretoria?
Eu não sou dono do time. Temos vários companheiros que abraçaram a causa conosco e estamos batalhando para resgatar o time. Então, em nome do Viriato Mendes, quero agradecer o apoio de todos. Sempre digo que não sou dono da razão. O clube está de portas abertas para todo tipo de esclarecimento. Eu estou de passagem no clube. O Fefecê pertence à população. Todos juntos somos mais fortes. Não tenho vaidade, não tenho intensão de ser político. Apenas sou amante do futebol e quero o melhor. Temos que unir a população, a torcida e o clube. Fiz reunião com as torcidas Fúria Azul e Sangue Azul. Todos estão ajudando. A meta é resgatar o time. Como já dissemos, o Fefecê é um gigante adormecido e temos que acordá-lo. E isso passa pela mudança de mentalidade. Estamos plantando a sementinha. Torço para que ela floresça.
Sua mensagem o torcedor...
Estamos convocando a torcida, os empresários, os amantes do futebol para que deem um voto de confiança para essa diretoria. O nosso trabalho é humilde e muito honesto. Vamos acreditar. A torcida vai ter orgulho de ir ao Estádio ver esse time jogar.