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O jeito “Belantani de comandar”



O jeito “Belantani de comandar”

Desde o último dia 16, o 16º BPMI de Fernandópolis está sob novo comando. Agora o responsável maior pelas ações do Batalhão de Polícia Militar é o tenente coronel Armando Belantani Filho, 53, policial militar desde 1985. Para falar sobre suas primeiras impressões da cidade e sua filosofia de trabalho frente a um dos mais importantes batalhões do Estado de São Paulo nosso quadro de hoje traz uma entrevista completa com o comandante, que é casado com Lilian Rose Paccagnella Belentani e pai de dois filhos. Nosso entrevistado foi promovido a 2º Tenente PM em 1986, a 1º Tenente PM em 1989, a Capitão PM em 1998, à Major PM em 2009 e a Tenente Coronel em maio do ano passado. Ele possui mestrado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo Centro de Altos Estudos de Segurança “Coronel PM Nelson Freire Terra” e Bacharelado em Direito pelo Instituto Toledo de Araçatuba/SP.

Quando assumiu o 16º BPMI e quem estava no cargo anteriormente?

A passagem de Comando do 16º BPM/I ocorreu em 16 de junho deste ano, no lugar do Coronel PM Pedro César Macera.

Como tem sido a experiência de comandar o Batalhão sediado em Fernandópolis em quase um mês de trabalhos?

Extremamente gratificante comandar esta Unidade, sendo que pela segunda vez, pois como Capitão PM comandei a 5ª Companhia PM – Nhandeara, conhecendo o potencial do povo e dos policiais que labutam na área.

O que muda nas atividades da Polícia Militar quando há a transição de comando?

Não há grandes mudanças, pois as doutrinas, as diretrizes e as normas do grande comando são as mesmas e todo comandante de Batalhão primam por cumpri-las.

Existe alguma prioridade em sua filosofia de comando? É mais rigoroso em algum quesito em detrimento do cumprimento das leis e zelo pela segurança pública?

Cumprir as metas criminais, dando segurança à população na área do Batalhão.

Como e quando recebeu a notícia de que viria para Fernandópolis?

Quando das movimentações ocorridas em maio de 2014.

Como vê o Programa “Atividade Delegada” em Fernandópolis?Discorra sobre as ações e o Programa que oferece oportunidade aos policiais de complementarem a renda mensal.

A Atividade Delegada é um convênio entre as prefeituras e a Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio do qual os policiais militares podem auxiliar o município no patrulhamento. Os PMs podem trabalhar até oito horas por dia, e no máximo 80 horas mensais. Além de aumentar o efetivo fardado nas ruas, a parceria contribui para a redução de indicadores criminais como aconteceu na Capital, e

aumento da sensação de segurança na população. Em Fernandópolis deu-se início no mês de dezembro de 2013.

As multas de trânsito em relação ao uso de celular durante a direção veicular teve aumento em 2014. Qual foi este aumento e qual sua orientação aos motoristas?

Realmente as multas de trânsito com o uso de celular ao dirigir aumentaram. Passaram de 81 autuações em 2013 para 514 autuações no 1º semestre de 2014. A orientação é que respeitem as normas de trânsito, não só a de celular, mas todas, evitando acidentes de trânsito.

Recentemente o CPI - 5 recebeu uma das maiores honrarias dentro da Polícia Militar. Qual a importância em receber um prêmio deste sabendo da efetiva participação do 16º Batalhão de Fernandópolis?

O Prêmio Mário Covas tem o objetivo de promover práticas inovadoras que aprimorem a qualidade dos serviços públicos. Em sua 10ª edição, o prêmio reconheceu iniciativas que melhoram o acesso da sociedade civil aos serviços disponibilizados pelo Governo do Estado de São Paulo.

O CPI-5, ao qual pertence o 16º BPM/I, classificou-se na categoria Inovação em Gestão Estadual e, entre centenas de finalistas, foi premiado com o projeto “Núcleos de Mediação Comunitária na mesorregião de São José do Rio Preto” tendo como idealizador o Coronel PM Azor Lopes da Silva Júnior.

Foi uma conquista para nossa região, sendo pioneira na categoria Inovação em Gestão Estadual na implantação dos Núcleos de Mediação Comunitária nos municípios de nosso Batalhão, reconhecida e premiada entre as melhores práticas de gestão pública, calcada na modernização da administração pública do Estado de São Paulo, motivando os servidores públicos e valorizando os trabalhos por eles desenvolvidos.

A região de Fernandópolis tem sido destaque no Programa de Núcleos de Mediação Comunitária tendo a maioria das mediações com resultado positivo. A que se deve esse índice praticamente perfeito?

As inaugurações dos Núcleos de Mediação Comunitária (NMC), na área do 16º BPM/I, que engloba 49 municípios do Noroeste Paulista, ocorreram no período de 15 a 31 de julho de 2013.

Os Núcleos são pontos para atendimento do público em geral, nas Organizações Policiais Militares, nos casos em que houver a necessidade de mediação comunitária de conflitos. Funcionam sob mediação de um policial militar capacitado pela SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública, focados em gerir os problemas sociais derivados de comportamentos reprováveis, antevendo conflitos e empregando práticas preventivas que minimizem a incidência de manifestações violentas.

Há a transmissão de orientações ao cidadão, de forma a estimular a solução em conjunto, através da ajuda mútua, frente aos problemas comuns, despertando o espírito de cidadania.

Os nossos resultados até o momento foram: 503 mediações comunitárias realizadas desde a implantação dos Núcleos, das quais 472 mediações obtiveram resoluções pacíficas nos conflitos. (94% de mediações bem sucedidas).

Em que prejudica o trabalho do policial quando o assunto é o Termo Substanciado de Ocorrência, que já não pode mais ser elaborado pelo policial militar no momento da ocorrência?

Este assunto é regulado pela Resolução SSP- 233, de 9-9-2009 onde regulamenta a elaboração de Termo Circunstanciado, previsto no artigo 69 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Você considera a valorização do policial a principal luta da classe?

Entre todas as nossas lutas, esta é uma delas.

Qual a passagem mais marcante em sua carreira como agente de segurança pública?

Em 32 anos de serviço na Polícia Militar tive várias experiências marcantes, mas uma delas foi quando na função de Comandante da 5ª Companhia PM – antiga Nhandeara, como Capitão PM, atender uma ocorrência de assalto a banco, no município de Nhandeara, com êxito de prender alguns dos assaltantes, com troca de tiros e apreensões de armamento pesado e dois carros produto de roubo.