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O novo líder dos prefeitos



O novo líder dos prefeitos

O prefeito de Jales, Flávio Prandi Franco (DEM), foi eleito no último sábado. 26, presidente da AMA - Associação Paulista de Municípios que ele classifica como “um grande desafio”. Na entrevista, que concedeu a Rádio Difusora e jornal CIDADÃO, Flá dá ênfase ao projeto que pretende liderar ao lado dos prefeitos da região e que prioriza o desenvolvimento regional e diz que foi convidado a ser presidente da entidade municipalista pela sua proximidade com o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) o que pode encurtar os caminhos. “Estou motivado, na certeza que estamos no caminho correto para ajudar a nossa região. Além disso, fui nome de consenso, não houve disputa. É uma honra presidir uma entidade tão importante, mas sei dos desafios”, afirmou. Prandi aborda na entrevista sequelas das eleições de 2018 e diz: “Passou a eleição, temos que sentar à mesma mesa, porque a região não pode ser prejudicada pelos interesses pessoais. Eu entendo que o governo vai governar, e tem que governar, para todos. Terminou a eleição, o projeto é de recuperação, reflexão, e de ajudar a região”. Veja a entrevista: 

O senhor foi eleito por aclamação presidente da AMA – Associação dos Municípios da Araraquarense. Qual o tamanho desse desafio?
É um grande desafio. É um momento importante que o país passa, momento importante do Estado de São Paulo, governo novo, novas perspectivas e, neste contexto, assumir o desafio de presidir a AMA é assumir também o desafio de trazer os prefeitos para o comprometimento, responsabilidade, para uma grande união em interesse da nossa região. A AMA é a maior entidade representativa do pais, são 126 municípios, e nós temos agora a responsabilidade de ser o elo de ligação com o governo federal, com o governo do estado, com as lideranças políticas da região. Se a AMA estiver fortalecida por todos os prefeitos, com certeza, os municípios terão muito mais força nas reivindicações. Graças a Deus temos um bom relacionamento com o governo do Estado, nos Ministérios em Brasília e vamos fazer gestões em pautas regionais, para alavancar o nosso desenvolvimento.
Qual foi a motivação para se colocar como candidato dessa entidade municipalista?
Na verdade, fui convidado por alguns prefeitos para assumir esse desafio. Estive primeiro com o prefeito de Rio Preto, que é presidente benemérito da AMA, Edinho Araújo. Conversamos com o Dado de Votuporanga, com o André de Fernandópolis, o Ademir em Santa Fé do Sul e os demais prefeitos. Eles me incentivaram porque o momento é de acreditar nesse novo governo. Como existe a possibilidade de uma parceria grande com o vice governador Rodrigo Garcia, que é o grande líder do governo do Estado, junto com o governador João Dória, os prefeitos entenderam que que uma liderança próxima, poderia auxiliar para que um grande trabalho fosse desenvolvido frente a AMA. Aceitei o desafio, porque também entendo dessa forma. Estou motivado, na certeza que estamos no caminho correto para ajudar a nossa região. Além disso, fui nome de consenso, não houve disputa. É uma honra presidir uma entidade tão importante, mas sei dos desafios. 
Essa amizade sólida com o vice governador Rodrigo Garcia encurta o caminho dos prefeitos na relação com o governo do Estado?
Esse é nosso objetivo, não só nas pautas regionais, mas também de ouvir os prefeitos individualmente, porque cada prefeito tem sua peculiaridade, seus problemas, e isso nós vamos fazer. Estou visitando secretarias do governo, já me colocando à disposição como prefeito de Jales e presidente da AMA, representando toda a região. Estamos buscando através da nossa sede em Rio Preto, informações sobre as necessidades dos prefeitos de nossa região. A nossa pauta como presidente da AMA será sempre municipalista.
Nos últimos dias alguns prefeitos, entre eles o senhor e André Pessuto de Fernandópolis, foram surpreendidos com o corte de convênios da Secretaria de Turismo referente ao Município de Interesse Turístico. Como agir neste caso?
Na verdade o que aconteceu é uma reavaliação que está sendo feita sobre esses convênios. O governo está correto, porque precisa entender o que está acontecendo. Alguns convênios foram assinados de forma eleitoreira, essa é a grande verdade. Aqueles que foram assinados depois da eleição, tiveram corte drástico, para ser reavaliado, um por um, pelo governo. É importante a população saber que tivemos liberações de recursos da ordem de 100 milhões de reais para duas ou três cidades, em detrimento de todo um estado. Existem convênios assinados, sem plano de trabalho, sem dotação orçamentária e isso precisa ser revisto. Mas, acredito que Fernandópolis e Jales, que assinamos depois da eleição, temos projeto pronto, todos as certidões entregues e por isso creio que vamos recuperar esse recurso de Município de Interesse Turístico. Para preservar tanto o Estado, quanto os municípios, o governo editou o decreto cancelando ou suspendendo todos os convênios, e acredito que em março ou abril tenhamos as liberações daqueles que estão corretos. Os que foram feitos eleitoralmente só, serão cortados por falta de documentação e dotação. Já, como presidente da AMA, estou reivindicando junto ao governo para revisão dos projetos corretos. 
Na última eleição, o deputado federal de Fernandópolis pulou do barco de Dória para o barco de Márcio França na última hora e levou vários prefeitos. Sobraram mágoas desse episódio? Como o governo pretende equalizar isso?
O governador tem feito uma avaliação criteriosa em todo o Estado. sem cor partidária. Nós temos de governar para todos. Essa é a mensagem que o vice-governador e secretário de Governo Rodrigo Garcia tem passado. A eleição causa desconforto, é natural, as escolhas foram feitas, eu fiz a minha opção, fiquei do lado do Dória e Rodrigo Garcia. Aqueles que se colocaram de forma diferente, temos que entender quem preferiu este ou aquele lado político. Passou a eleição, temos que sentar à mesma mesa, porque a região não pode ser prejudicada pelos interesses pessoais. Eu entendo que o governo vai governar, e tem que governar, para todos. Terminou a eleição, o projeto é de recuperação, reflexão, e de ajudar a região. Temos que focar na defesa do desenvolvimento regional. 
Essa decisão de não ceder às pressões políticas na época das eleições, de se manter fiel ao lado de Dória e Rodrigo Garcia, teve influência agora na sua eleição para a AMA e de assumir esse papel de liderança na região?
Acho que sim. Mas, o importante é, se posso ajudar neste momento, eu quero ajudar. Temos que ser o conciliador, o elo de ligação, deixar a política de lado e pensar tecnicamente. Não é hora de pensar ou de fazer política. Se fui escolhido pelos prefeitos para presidir a entidade, tenho que responder a altura. Se eles entendem que é o momento para eu liderar esse movimento, vou fazer isso com muita tranquilidade e dedicação em prol da região.
Vida de prefeito não anda fácil nestes tempos...
Não está fácil, temos que nos desdobrar para dar conta, ter criatividade no ajuste financeiro. Cada vez mais responsabilidades estão sendo repassadas aos municípios. É momento de classificar todos os prefeitos do estado como muito corajosos, porque não é fácil administrar em momento de crise como a que vivemos. Mas, acredito numa melhora considerável para este ano. Tenho certeza que o final dos mandatos dos prefeitos atuais, o quadro será muito melhor.
Já conseguiu superar o trauma do final do ano passado quando veio à tona o escândalo de desvios de recursos milionários dos cofres da Prefeitura por parte de uma ex-tesoureira?
Já superamos. Acho que toda coisa ruim, triste, temos que superar com fatos objetivos, com trabalho sério, com reorganização. A partir da deflagração da operação da Polícia Federal, nós fizemos uma grande mudança no setor de Fazenda, em toda a organização da prefeitura e hoje já percebo que estamos trabalhando com segurança maior. O que aconteceu foi lamentável, uma tristeza muito grande, mas, tenho certeza que a população, de forma geral, está se recuperando, erguendo a cabeça. Saímos mais fortes e vamos concluir o nosso mandato com todos os problemas graves e crônicos resolvidos até 2020. 
O senhor teve, como outros prefeitos, início de mandato complicado por conta da situação financeira do município. Passada a turbulência, a gente observa que agora seu governo vive uma fase mais tranquila. Como foi esse processo?
Com muito trabalho e dedicação. A parte mais difícil, nós superamos. Em dois anos, pudemos investir 7 milhões em recapeamento. Agora em fevereiro, vamos investir mais 7 milhões. Vai passar de 20 milhões só em recapeamento. Este ano, só de investimento na cidade nós vamos atingir cerca de R$ 25 milhões em infraestrutura, obras, recuperação de vias. Na área da Saúde implantamos todo os sistemas de tecnologia, para o prontuário eletrônico do cidadão. Na educação, a melhor nota do Estado no Ideb é de escola de Jales. Na área social, o atendimento passou de 200 famílias para 2.345. A população confiou e agora estamos mostrando o serviço. Por conta disso, nós temos um momento, não de tranquilidade, mas de confiança da população na administração.