Geral

O QUE É TERAPIA E PARA QUE SERVE?



O QUE É TERAPIA E PARA QUE SERVE?
Antigamente, costumava-se ouvir que só ia ao psicólogo quem era "louco" ou quem não era capaz de resolver seus próprios problemas. Em pleno século XXI, as coisas mudaram bastante, e os serviços psicológicos passaram a ser mais reconhecidos, inclusive quanto aos benefícios de se buscar fazer psicoterapia. Contudo, o acesso a um processo psicoterapêutico ainda é restrito a uma pequena parcela da sociedade, e isso faz com que muitas dúvidas persistam quanto à necessidade e importância de se engajar em um processo psicoterapêutico.
A psicoterapia é um processo de autoconhecimento, ou seja, promove um maior desenvolvimento da percepção que o indivíduo tem de si mesmo, de seus comportamentos, pensamentos e sentimentos. Nem sempre as pessoas conseguem fazer essa auto-observação e sofrem por desconhecerem as razões de seu agir, pensar ou sentir. A isso, pode-se seguir uma sensação de vazio, raiva ou frustração.
Há uma enorme variação entre as pessoas quanto ao grau de autoconhecimento que possuem, pois essa habilidade vai sendo adquirida de acordo com a história de vida de cada um, podendo alguém estar mais ou menos atento aos determinantes de seu próprio comportamento, por diversas razões.
Não há nenhuma restrição para se recorrer à psicoterapia em qualquer momento da vida em que o indivíduo sinta necessidade de se conhecer melhor, pois ela não é útil apenas para o tratamento de problemas já manifestos. Pelo contrário, ela busca fornecer subsídios para que a própria pessoa, entendendo melhor suas características, potencialidades e limites, previna a ocorrência de problemas psicológicos maiores.
Lamentavelmente observamos que certas pessoas demoram a buscar ajuda especializada e as conseqüências disto são desastrosas, porque quando finalmente se recorre a um profissional, os problemas já se agravaram a ponto de interferirem na vida do indivíduo de forma significativa, produzindo sintomas como episódios depressivos, ansiedade, etc.
A função básica do psicoterapeuta é analisar os problemas relatados, a partir de um referencial teórico a respeito do comportamento humano e de sua experiência clínica e discutir, junto com o cliente, alternativas para se alcançar às mudanças desejadas.
Da parte do cliente, a psicoterapia só será bem sucedida se este se engajar na mudança de seus velhos hábitos, mesmo que isso represente uma perda de ganhos mais imediatos, e o enfrentamento dos problemas, em troca de benefícios mais duradouros para sua vida presente e futura.
Dessa forma, podemos afirmar que o engajamento em um processo psicoterapêutico, por melhor que seja o psicoterapeuta, não terá utilidade para aqueles que já estão acomodadas ao seu dia-a-dia, e que preferem ocultar suas dificuldades a tentar resolvê-las. Para tais pessoas, o melhor talvez seja começar a se questionar porque não se permitem "perder um pouco do seu tempo" falando de seus problemas com um especialista.
Além da graduação e pós-graduação, são necessários cursos de formação específica de longa duração. E, finalmente, só uma experiência clínica razoável possibilitará ao psicólogo lidar adequadamente com os mais variados tipos de pessoas que o procuram para fazer psicoterapia. Portanto, são muitos os requisitos para se tornar um bom psicólogo, e implica num alto investimento humano e econômico.
Cabe ao psicoterapeuta analisar e promover a modificação do comportamento do cliente. Essa é uma tarefa complexa que demanda conhecimento e tempo. As mudanças não são rápidas porque ao longo da vida desenvolvemos padrões de comportamento para certas situações de vida, em função de nossa experiência de vida. Entretanto, nem sempre tais padrões são os mais adequados.
Para analisar e alterar os padrões inadequados de comportamento o psicoterapeuta precisa que o cliente descreva os diversos ambientes em que está ou esteve inserido, além de identificar as ações, pensamentos e sentimentos deste. Só a partir daí é que serão discutidas estratégias para a alteração de comportamentos pouco funcionais, e a introdução de novos comportamentos pode ser conflitante com os velhos hábitos, exigindo do cliente e do psicoterapeuta sabedoria, paciência e persistência até que o cliente consiga alterar sua forma de ver o mundo e agir de forma diferente em relação às suas dificuldades.
Portanto, um processo dessa natureza envolva maior tempo e esforço. Mas as mudanças alcançadas certamente trarão benefícios significativos para o cliente, representando uma melhor qualidade de vida.