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OUTONO CHUVOSO INTERFERE NA PRODUÇÃO DO AÇUCAR E ALCOOL NO NOROESTE PAULISTA



O grande volume de chuva que atingiu a região noroeste do Estado de São Paulo já representa 97% do total esperado para o ano todo, considerando a média histórica desde 1967. A Área de Hidráulica e irrigação da UNESP Ilha Solteira já registrou até o momento um volume acumulado de 1233 mm na região, tendo a manhã desta sexta-feira, dia 16, contribuído com mais 22,6 mm, totalizando 40 milímetros no mês de maio.

O outono, que começou dia 20 de março, é uma estação de transição entre o verão e inverno, sendo caracterizada por mudanças rápidas nas condições de tempo e maior freqüência de nevoeiros, como verificado nesta semana na região, com temperaturas atingindo mínima de 13ºC (quarta-feira). É também esperado nesta estação uma redução das chuvas em grande parte do País, ao contrário do registrado este ano.

A chuva fora de época implica em mudanças para o produtor, que acabam por alterar o período de plantio e tratos culturais. Para a agricultura o regime ideal de chuva seria caracterizado por uma melhor distribuição destas ao longo do ano, ao invés do grande volume acumulado em somente algumas épocas.

No noroeste paulista a precipitação dos meses de Janeiro, março e abril ultrapassaram o esperado para cada mês. Somente em abril de 2008 a chuva somou 147,8 mm, enquanto dados históricos da UNESP indicavam um volume total médio de 81 mm para o mesmo período na região.

O setor sucroalcooleiro paulista sofreu bastante com as chuvas e segundo Alessandro Nascimento, supervisor de Fitotecnia e Tratos Culturais da Usina Interlagos de Pereira Barreto, “A cana-de-açúcar não amadureceu como deveria, seu período vegetativo foi maior devido à chuva atípica na região, proporcionando uma concentração menor de açúcar total recuperável (ATR) este ano em comparação aos outros.”

A incidência pluviométrica inesperada acarretou problemas para a produção de açúcar e álcool em todo o Estado de São Paulo, pois em março, período ideal para se realizar o plantio, apresentou chuvas excessivas dificultando a entrada de máquinas para o preparo do solo.

A Usina Interlagos de Pereira Barreto continua plantando a cana-de-açúcar, mesmo já tendo iniciado a safra (colheita) e prosseguirá com o plantio no inverno, pois grande parte das áreas que seriam plantadas em março e abril foi prejudicada pelo alto índice pluviométrico. A safra foi iniciada em abril, porém por diversas vezes a colheita foi interrompida pelas chuvas. A atividade já está voltando a ser realizada, e de acordo com a UNESP Ilha Solteira o mês de maio apresentou apenas um volume de chuva de 40 mm até o momento.

O aparente fim das precipitações fora de época permite a volta da colheita e outras práticas normais dos diversos setores agrícolas, mas embora os contratempos causados não é possível esquecer dos benefícios e do valor da chuva à agricultura, assim o supervisor de Fitotecnia e Tratos Culturais da Usina Interlagos de Pereira Barreto acrescenta “Apesar de tudo não se pode reclamar da chuva pois a sua falta prejudicaria ainda mais, e provavelmente a cana-de-açúcar colhida no meio e final da safra terá um retorno melhor devido as chuvas ocorridas”.