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Palestra aponta potenciais malefícios de usinas nucleares



Palestra aponta potenciais malefícios de usinas nucleares
Um tema polêmico marcou a palestra realizada no Teatro Municipal, na noite de segunda-feira, 8: a instalação de usinas nucleares na região de Fernandópolis.

Segundo o palestrante, professor Augusto Brandão d’Oliveira, Mestre em Engenharia Nuclear pela COPPE – UFRJ (1972 ) e Dr. em Física Nuclear pela Technische Universitaet Muenchen, Alemanha (1975), e que atualmente é professor na UNESP em São José do Rio Preto, o Governo Federal estuda a implantação de sete usinas nucleares previstas para serem instaladas nos próximos anos em território brasileiro, sendo três delas na região Noroeste do estado de São Paulo.

“É absurda essa hipótese. A energia elétrica assim produzida é anti-econômica, mesmo se desprezarmos os custos normalmente escondidos da armazenagem do lixo atômico e do custo inevitável do decomissionamento das usinas que nunca é mencionado. O volume de recursos necessários para se terminar a construção de Angra 3, por exemplo, segundo algumas estimativas, daria para construir um parque eólico capaz de produzir três vezes mais energia elétrica, e gerar um número 32 vezes maior de empregos associados”, declara Augusto Brandão.

O Phd em Física afirma que usinas nucleares, mesmo as de quarta geração, são inseguras, e põem em risco as populações em vastos territórios que podem ser atingidos pela contaminação em caso de um acidente. “Quem não se lembra de Chernobyl, em 1986? E no Brasil, qual órgão fiscalizará essas novas usinas, algum parecido com a ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil? Eu jamais moraria nas proximidades de uma usina nuclear no Brasil, quando estudei na Suíça eu morei e não tinha receio algum”, declarou Augusto Brandão.

Brandão também defende que a tendência internacional é oposta às pretensões do governo brasileiro.
“A Itália fechou suas usinas nucleares e paralisou definitivamente as que estavam em construção. A Alemanha decidiu fechar todas as suas usinas nucleares gradativamente. Países como a Suíça, Bélgica, Finlândia, Espanha, Holanda seguem o mesmo caminho. Por que nós deveríamos seguir o caminho oposto, que é o caminho de países como Irã, Coréia do Norte, etc?”, pergunta Augusto Brandão, que enfatizou saídas mais econômicas e seguras para sanar a questão da produção de energia no país.

“Nós temos outras alternativas para abastecimento energético, baseadas em suas múltiplas formas de produção: energia hidroelétrica, energia eólica (ventos), energia de biomassa (cana, biodiesel, entre outras), a co-geração de energia elétrica, todas elas limpas, renováveis e em última instância formas de energia solar”, ratifica Brandão.

Um abaixo assinado está à disposição da população fernandopolense em diversos estabelecimentos comerciais da cidade, entidades de classe e clubes de serviços, e todos que se interessarem em participar do “Não” às Usinas Nucleares podem acessar o site do Movimento Contra Usinas Nucleares, que disponibiliza um modelo do abaixo assinado e mais informações sobre o tema. O endereço é o http://www.mcun.hpg.ig.com.br