Economia

Pandemia afeta o potencial de consumo dos fernandopolenses este ano



Pandemia afeta o potencial de consumo dos fernandopolenses este ano

Com a pandemia do novo coronavírus o consumo das famílias fernandopolenses ficará comprometido ao longo de 2020, se igualando aos patamares de 2010 e 2012, descartando a inflação e levando em conta apenas os acréscimos ano a ano.  A previsão é do estudo IPC Maps 2020, especializado há mais de 25 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais. 
O IPC Maps de Fernandópolis mostra recuo do potencial de consumo na ordem de 4,1% na comparação com 2019. Esse é o segundo recuo consecutivo, já que em 2019, por conta da recessão econômica, o potencial havia derretido 14,3%. 
Isso significa, que os fernandopolenses terão menos dinheiro para o consumo este ano, queda da ordem de R$ 81 milhões. Serão R$ 1.893.361.622,00 este ano. No ano passado foi R$ 1.974.721.728,00. Mas, já passou dos R$ 2,3 bilhões em 2018. Conclusão: nos dois últimos anos a população perdeu cerca de R$ 400 milhões para investir no consumo. 
Apesar da queda, Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, diz que o desempenho do potencial de consumo de Fernandópolis em 2020, comparativamente a 2019, é positivo, pois o município aumentou seu share de potencial de consumo, em relação ao Brasil, de 0,04214% em 2019 para 0,04240% em 2020. 
“Os valores absolutos em 2020 estão menores que os de 2019, pois a previsão para a economia brasileira para este ano é uma queda de 5,89% para o PIB e 5,39% de queda do consumo por conta dos efeitos da pandemia do coronavírus”, explica.
“Portanto o cenário de consumo de Fernandópolis em 2020 segue o padrão nacional, com queda dos valores absolutos, mas com pequeno ganho de participação no cenário nacional, graças ao aumento do seu IPC Maps (share de consumo) ”, acrescenta.
Com a queda, a cidade perde também posição no ranking nacional: caiu de 301º em 2018 para 356º em 2019 e para 364º este ano. No ranking estadual, sai do 91º lugar em 2018 para 104º no ano passado e 105º este ano.
O estudo mostra ainda que o consumo per capita em Fernandópolis está calculado em R$ 27,2 mil, queda de 4% na comparação com o ano passado. O potencial de consumo de quem mora na área urbana está projetado em R$ 1,840 bilhão. No setor rural a renda per capta bate R$ 29,4 mil e o potencial de consumo é de R$ 52,3 milhões.
O estudo detalha o potencial econômico de Fernandópolis que é formado por 1.463 unidades industriais, 4.112 empresas de serviço, 2.772 na área do comércio e 1.885 na área do agrobusiness.

Classe C em alta e gastos são direcionados para habitação, veículo e alimentação

Classe C em alta e gastos são direcionados  para habitação, veículo e alimentação

O estudo do IPC Maps mostra encolhimentos das classes A, B e D/E. A classe A, que representa apenas 2%, por exemplo, encolheu 6,9%, passando 535 domicílios para 498 na cidade. A classe B (24,4%) diminui 1,3%, ao passar de 6.199 para 6.115. Também houve encolhimento das classes D/E (18,1%) em 3,3%.
A classe C, que representa 55,5% do potencial de consumo apresentou crescimento de 3,4% passando de 13.430 domicílios para 13.896.
Dos 22 setores que formam a pesquisa do IPC Maps, apenas cinco tiveram aumento na previsão de gastos: veículo próprio, higiene e cuidados pessoais, plano de saúde e tratamento médico e dentário, livros e material escolar e educação. 
O destaque é a previsão de gastos com veículo próprio, que chega a R$ 200 milhões neste ano, alta de 118% em relação a 2019. “Esse fenômeno se deve ao fato de a população ter acesso a financiamento para aquisição de seu veículo, seja carro ou moto. Essa aquisição leva à mudança de life style, trocando transporte público pelo uso do veículo próprio”, explica Pazzini.
No topo da lista de gastos está habitação, R$ 526 milhões (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás). Em terceiro vem alimentação com gasto de R$ 157 milhões. 
O mapa revela também que os fernandopolenses projetam gastar menos com o vício de fumar. Queda de 30%. Passou de R$ 14 milhões em 2019 para R$ 10 milhões este ano. A menor despesa prevista é com joias e bijuterias (R$ 2,4 milhões).   
Sobre o IPC Maps publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional, o IPC Maps destaca-se como o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do País, com base em dados oficiais, através de versões em softwares de geoprocessamento. Este trabalho traz múltiplos indicativos dos 22 itens da economia, por classes sociais, focados em cada cidade, sua população, áreas urbana e rural, setores de produção e serviços etc., possibilitando inúmeros comparativos entre os municípios, seu entorno, Estado, regiões e áreas metropolitanas, inclusive em relação a períodos anteriores. Além disso, o IPC Maps apresenta um detalhamento de setores específicos a partir de diferentes categorias.