Economia

Para não perder inquilinos, setor imobiliário flexibiliza negociações



Para não perder inquilinos, setor imobiliário flexibiliza negociações

A notícia da pandemia do novo coronavírus balançou as estruturas do mercado imobiliário de Fernandópolis. As medidas restritivas e preventivas somadas ao aumento gradual da redução dos empregos formais afetou o segmento imobiliário comercial. Para não perder locatários, o setor teve que renegociar valores e até dispensar algumas mensalidades do valor do aluguel. 
Segundo a Imobiliária Santa Rita, alguns proprietários dispensaram os locatários até três meses de aluguel enquanto outros reduziram entre 10% e 30% o valor. Para os proprietários e locatários, essas medidas evitaram o fechamento de algumas empresas que cumpriram mais de dois meses de atividades suspensas em virtude do decreto estadual que fechou setores considerados não essências no início da pandemia que, em Fernandópolis, mais especificamente, compreendeu o período entre 21 de março e 1 de junho.
Com a suspensão das aulas presenciais até dezembro, os estudantes de outras cidades e estados entregaram os imóveis para os proprietários. Com aluguéis custando em média R$ 500 para quitinetes e até R$ 1.500 para residências com até três quartos, as imobiliárias consultadas pelo CIDADÃO afirmaram que este segmento foi o único que sofreu perdas significativas no número de contratos de locação que até abril estavam em vigor.
Para as imobiliárias, essa debandada dos estudantes é o fator responsável pelo atual aumento da disponibilidade de imóveis para aluguel na cidade. A oferta forçou a flexibilização no processo de negociação de novos contratos por locatários, sendo que em alguns casos, incluem a redução do valor do aluguel do imóvel. 
De acordo com a imobiliária Ideal, o mês de junho foi o pior deste ano, agravado principalmente pela baixa demanda do segmento estudantil. O número de apartamentos desocupados pelos estudantes em Fernandópolis mais que triplicou. Só nesta quinta-feira, 2, data em que o levantamento foi realizado, a Ideal tinha 14 apartamentos desocupados por estudantes durante os meses de maio e de junho, principalmente. Ela também confirmou que no setor comercial não ocorreu nenhuma desocupação, mas que os valores de aluguel dos imóveis foram renegociados.
Com relação aos compradores de imóveis, duas das cinco imobiliárias consultadas confessaram que as buscas dos interessados estão pautadas mais na desvalorização da propriedade em virtude da crise econômica agravada pela pandemia. Mas, destacaram que os imóveis não perderam valor de mercado, sobretudo, nos níveis em que acreditam ou querem comprar os novos investidores em imóveis. 
“O que as pessoas estão procurando agora durante a pandemia é comprar mais barato. Elas acham que a pandemia causou uma baixa no valor dos imóveis, tanto no aluguel quanto na venda”, informou a Imobiliária Santa Rita.
Com todas as medidas adotadas até agora pelos proprietários e imobiliárias para diminuir os efeitos da crise, o balanço geral feito pelas imobiliárias consultadas é de que o setor sofreu menos do que as previsões no início da pandemia, principalmente, com o fechamento do comércio por cerca de 70 dias e a dispensa das aulas presenciais para os alunos universitários ainda no primeiro semestre letivo deste ano.
A Prefeitura de Fernandópolis também vem negociando redução de valores dos alugueis de imóveis que abrigam órgãos municipais. Quem acompanha o Diário Oficial Eletrônico nos últimos dias observa termos de aditamento de contratos celebrados com os proprietários concedendo descontos de 15%, 20%, até 40% pelo prazo que varia entre três e quatro meses.