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Pelarin adverte alunos da Escola Agrícola: “quem não entrar na linha será processado”



Pelarin adverte alunos da Escola Agrícola: “quem não entrar na linha será processado”
“Chamei vocês e seus pais para dizer com todas as letras, abram os ouvidos: quem manda na sala de aula é o professor, e na escola, o diretor. Que palhaçada é essa de cuspir pela janela do ônibus, desrespeitar o motorista?”

Com essas palavras, o juiz da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Fernandópolis, Evandro Pelarin, iniciou sua advertência à primeira turma chamada à sua presença na tarde de ontem, na sede do Conselho Tutelar. Essa primeira turma era a considerada responsável por atos de indisciplina mais leves. Na companhia dos pais, os estudantes foram advertidos pelo magistrado, que alertou: “Todos serão advertidos pelo Conselho Tutelar e ficarão na mira. Se não mudarem, vou pegar um por um e instaurar processo”.


REPRESENTAÇÕES
Enquanto alunos e pais assinavam em outra sala as advertências (foram convocados os pais de 34 alunos; 30 compareceram), foi chamada a segunda turma, autora de atos de indisciplina mais graves. Os casos mais agudos foram levantados e o juiz determinou que os menores – seis, no total: os meninos J.R., M., W. e J.D. e as meninas N. e J. – sofrerão representações e terão que prestar serviços na escola a partir de segunda-feira. A escolha dos trabalhos ficará a critério do diretor da escola, José Carlos Joaquim, 39.

A menina N. era acusada de levar uma garrafa de cachaça para o interior da escola. Algumas mães choravam. Joaquim, o diretor da “Melvin Jones”, considerou que a medida adotada pelo Conselho Tutelar era “interessante” para a escola. “Isso ajuda a coibir a indisciplina. Há muitas reincidências, seja em brigas, seja em insubordinação”, disse.

W., um garoto de 12 anos e ar arrogante, não foi poupado de uma bronca pelo juiz. “Você tem que saber que quem precisa da escola é o aluno. A partir de agora, você ficará em stand by. Qualquer indisciplina deverá ser comunicada”.

Em comum acordo com o diretor da escola e a mãe do garoto, ficou determinado que W. vai participar do reforço escolar.

A presidente do Conselho Tutelar, Célia Aparecida Fontes Lopes Mafra, afirmou que não havia outra medida a adotar. “Todos já foram advertidos no passado. Os pais também. Muitos responderam às notificações, outros não”.

Antes de encerrar a audiência, Evandro Pelarin advertiu mais uma vez: “A polícia agirá com rigor. Vocês vão fazer seus pais sofrerem. Sejam espertos e não caiam na conversa daqueles que se dizem ‘malandros’. Esperto é quem obedece”, finalizou.