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Pensão, segurança e conforto longe dos pais



Pensão, segurança e conforto longe dos pais
Estudar fora, longe da família e do ambiente com o qual está acostumado são situações pelas quais os estudantes universitários muitas vezes passam. Nem sempre a própria cidade ou municípios vizinhos oferecem os cursos desejados, obrigando jovens a morar sozinhos.

Com o intuito de tornar a mudança menos traumática, pais optam por deixar os filhos em um pensionato. A proximidade de uma família oferece o conforto e os cuidados caso aconteçam imprevistos.

O crescimento das instituições de ensino superior aumentou a demanda e, conseqüentemente, a oferta do serviço. Fernandópolis possui 21 pensionatos cadastrados nas universidades, 17 para moças e 5 para rapazes.
Nos preços, que variam de R$ 400,00 a R$ 800,00 estão inclusas refeições -café, almoço e jantar-, dormitórios, energia e água. Alguns estabelecimentos oferecem os serviços de lavanderia. A diferença no valor está nos estilos de quartos, que são individual, coletivo ou suítes. Área de estudos, TV e internet fazem parte das comodidades disponíveis aos que procuram os pensionatos.

Por ser um ambiente familiar, há regras impostas para que haja uma boa convivência entre as moradoras. “Proíbo a entrada de rapazes dentro da casa, não é permitida bebida alcoólica, o som tem que ter baixo volume e peço que as fumantes acendam o cigarro na parte de fora da residência”, disse Lismara de Paula Martins, que abriga seis garotas.

Mesmo com normas, a convivência entre pensionistas e proprietário é amigável. Segundo Lismara, passaram 10 moças pela pensão, algumas voltam para conversar e falam que sentem saudades. “Nunca tive problemas, procuro agradá-las e cuidar como se fossem minhas filhas. Se alguém manifesta desejo de comer determinado prato, eu o faço assim que houver oportunidade”, afirmou.

A estudante de medicina Daiane Santana Miguel está há um ano na pensão e se acostumou com as regras. “Há pequenas discussões que são normais em qualquer círculo social, mas conversamos e nos entendemos”, disse.
Geralmente, a permanência em pensões dura de seis meses a um ano. Após esse período os próprios universitários procuram mais liberdade e assumir a responsabilidade de morar sozinhos.


Família x Inquilino
Na pensão de Lismara, tratada pelas garotas como Lis, o ambiente é familiar. Quando recebe visita familiar, ela faz questão de apresentar as meninas e fazer uma confraternização.

Porém, regra é regra. A proprietária mora com a filha de 19 anos, o filho de 25 e o marido. Como a entrada é proibida para rapazes, nessa norma incluem-se o próprio esposo e o filho. “Tem que haver esse respeito, até para não tirar a liberdade delas”, disse.

A casa foi “dividida” em duas. Na parte de baixo fica a família Martins e na parte de cima as universitárias.

“No começo foi difícil, pois são pessoas desconhecidas, mas agora nos acostumamos. Mas não há muito contato com eles, pois nós ficamos estudando a maior parte do tempo e eles trabalham”, afirmou Daiane.