Acompanhado do secretário da Saúde Ivan Veronesi, do gerente Daniel de Domênicis e perante uma plateia formada por secretários e servidores, o prefeito André Pessuto foi a Câmara nesta terça-feira, 12, para prestar esclarecimentos aos vereadores sobre a polêmica da emenda parlamentar de R$ 9,6 milhões, envolvendo prefeitura e Hospital de Amor.
A polêmica veio à tona no contundente pronunciamento do vereador Murilo Jacob em 12 de dezembro onde ele usou termos como “gestão corrupta”, “podre”, “bando de assassinos” entre outros, quando falou em manipulação e corrupção na destinação de recurso para o Hospital de Amor. Na época, a prefeitura reagiu por meio de nota chamando o vereador de "desequilibrado".
“Não vim para guerrear com ninguém, quero falar de paz. Mais alguns meses estou encerrando o meu mandato com a cabeça erguida e fazendo o que é correto”, disse o prefeito. Ele foi o terceiro a falar. Antes dele na tribuna, falou Daniel de Domênicis que cobrou os vereadores para se elevar o nível da política de Fernandópolis. “A Câmara não pode ser um triturador de pessoas e de reputações”, disse o gerente. Ele afirmou ter ficado sentido, porque todo o processo dessa emenda passou por suas mãos após longo período. “Isso dói na gente”, acrescentou.
O secretário Ivan Veronesi foi mais na linha de lembrar o papel do Hospital de Amor com instituição que tem em Fernandópolis um Instituto de Diagnóstico. “Ser tudo der certo, vamos ter um investimento de R$ 12 milhões para Fernandópolis ser referência em diagnóstico de câncer”. E defendeu a UPA e todos os servidores da Saúde que atendem a população.
Coube ao prefeito lembrar que foi procurado pelo presidente Henrique Prata da Fundação Pio XII, mantenedora da rede do Hospital de Amor, para falar dessa emenda que estava destinada a Fernandópolis para procedimentos de média e alta complexidade, iniciando tratativas para que esse valor fosse destinado ao HA. “O próprio Henrique Prata esteve na prefeitura reunido com os vereadores para explicar como seria o processo. E tudo foi aprovado pela Câmara e estamos honrando o pagamento”, enfatizou. Pessuto disse que o dinheiro da emenda foi usado para o pagamento de salários dos servidores para flexibilizar o orçamento do município e com isso a prefeitura repassar o montante, com recursos do tesouro, ao HA, conforme o plano de trabalho aprovado.
Em julho de 2023, em entrevista ao CIDADÃOnet, o então assistente de assessoria de imprensa do departamento de Relações Governamentais do Hospital de Amor, Dener Bolonha, explicou como funcionava a captação de recursos no orçamento da União, através de emendas parlamentares individuais (RP6), emendas de bancada (RP7) que são recursos destinados por parlamentares que são de obrigatoriedade o seu pagamento, caso não haja nenhum impedimento de ordem técnica (leia aqui).
O prefeito lembrou ainda na tribuna, que a responsabilidade de fala do vereador e do prefeito influi em investimentos na cidade. “Vim para esclarecer os procedimentos que são lícitos”.
Sobre a UPA, Pessuto afirmou: “para quem disse que a UPA era um matadouro, fomos exemplos na luta por salvar vidas na pandemia”. E cobrou ética e comprometimento com a sociedade na hora de fiscalizar.
Durante a fala na Tribuna Livre não foi permitida perguntas de vereadores. Ocupando a tribuna em Tema Livre ainda durante a sessão, o vereador Murilo Jacob disse que agora a discussão não está mais na Câmara. “Toda a documentação já está com o Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União para investigar”, informou o vereador.