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Pode faltar mão-de-obra para safra de cana



Pode faltar mão-de-obra para safra de cana
Mesmo com a mecanização que ocupou, a partir de 1993, dois terços da atividade de colheita de cana-de-açúcar no Brasil, é possível que, nesta safra, falte mão-de-obra para colher o produto.

O fenômeno se explica pelo grande aumento de área plantada – estimada, em 2007, em 6,4 milhões de hectares – e pela demora na produção industrial de colheitadeiras. Cada uma dessas máquinas leva quase seis meses para ficar pronta e em condições de operação.

Assim, e devido à diminuição drástica do contingente de mão-de-obra que “descia” do norte de Minas Gerais e Bahia para o Sudeste, a exportação de trabalhadores, hoje, fica por conta do Estado do Maranhão e de algumas regiões do Piauí.

É possível que a safra transforme camelôes, serventes de pedreiro e outros trabalhadores não-qualificados em cortadores de cana. Apesar da mecanização (em torno de 65% da colheita) haverá muito mais cana para ser cortada, segundo prevêem os sindicalistas.

Valdomiro Neto Siqueira, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais da região de Fernandópolis, aponta outro fator para a carência de mão-de-obra: os baixos salários que os produtores de cana-de-açúcar estão pagando. O sindicalista explica que há quem esteja pagando entre R$ 8 e R$ 10 por dia. “Os maranhenses e piauienses estão indo embora para Minas Gerais, onde vão trabalhar no café”, garantiu. O último acordo salarial venceu em abril. A atual reivindicação é de um piso de R$ 1.620. O piso atual é de R$ 440,91.