José Pins e seu filho Herieverson, de Marília, estão sendo considerados os líderes da quadrilha de seqüestradores desbaratada pela Polícia Federal durante a Operação Oeste, deflagrada na semana que passou.
Eles foram reconhecidos pelos comerciantes jalesenses José Antonio Lira, o Porvinha, e Luciano Souza Rios como os autores do seqüestro de que foram vítimas entre os dias 6 e 8 de fevereiro na zona rural de Serrana, região de Ribeirão Preto.
Quando pai e filho foram identificados pela Polícia Civil, em março, Porvinha, em entrevista exclusiva ao Jornal de Jales, colocado diante de suas fotografias, apontou-os sem hesitação como os responsáveis pelo seqüestro e extorsão dele e do amigo. Afirma-se que a liberdade dos dois jalesenses teria custado cerca de R$ 50 mil.
Porvinha e Luciano, interessados em comprar uma concreteira, foram atraídos para a cilada em função de um anúncio em jornal. Depois de contato por telefone, foram ao local onde estaria o equipamento. Acabaram seqüestrados e torturados física e psicologicamente.
Na entrevista concedida ao J.J., Porvinha, que é dono de uma loja de automóveis e outra de caminhões, aconselhou os companheiros de atividade a não saírem da cidade para negociar com desconhecidos.
OPERAÇÃO OESTE
A Polícia Federal desencadeou na manha de quinta feira, dia 26, em quatro estados da federação a Operação Oeste, com o objetivo de desmembrar uma quadrilha de mais de 30 seqüestradores, muitos filiados ao PCC, que agem em todo o território nacional.
Foram expedidos 42 (quarenta e dois) mandados de prisão e 48 (quarenta e oito) mandados de busca, nas cidades de São Paulo/SP, Marília/SP, Campinas/SP, Assis/SP, Paraguaçu Paulista/SP, Ribeirão Preto/SP, Álvares Machado/SP, Presidente Prudente/SP, Penápolis/SP, Presidente Bernardes/SP, Goiânia/GO, Londrina/PR, Uberlândia/MG (São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Paraná). Na sexta-feira, dia 22, 36 pessoas já tinham sido presas.
A ação da quadrilha era tão voraz que chegavam a ser praticados dois seqüestros por semana, de vítimas atraídas com propostas lucrativas de negócios, oriundas das mais diferentes localidades do território nacional para o interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, onde eram mantidos em cativeiros.
Somente nos últimos 20 dias, com o apoio da Polícia Militar dos Estados de São Paulo e Paraná, logrou-se êxito em prender 9 (nove) seqüestradores e libertar 7 (sete) vítimas e impedir outros quatro seqüestros. Em um único dia (11/04/2007), foram estourados dois cativeiros, um no município de Brodosky/SP, cidade próxima a Ribeirão Preto/SP e outro no município de Rincão/SP, cidade próxima a São Carlos/SP, sendo que em cada um dos cativeiros foram libertadas 2 (duas) vítimas e presos 3 (três) seqüestradores.
Porém, o grupo de seqüestradores era muito maior do que aqueles meramente encarregados de capturar e manter a vítima em cativeiro. A Organização Criminosa contava com grupos estruturados para atrair a vítima e lavar o dinheiro obtido por meio das extorsões. Ainda foram identificados envolvidos com membros da OrCrim , dois policiais federais, dois policiais civis, um policial rodoviário federal e dois advogados. Também na mesma Operação, foram presos outros dois policiais federais, um envolvido com venda de informações de investigações sigilosas da Polícia Federal, e outro envolvido com atos de corrupção praticados no exercício das atribuições de fiscalização das empresas de vigilância privada.