Sempre que se aproxima uma campanha eleitoral, os políticos recorrem ao vale-tudo para atrair simpatias e os conseqüentes votos. Na última semana, assessores de dois deputados pára-quedistas passaram a alguns setores da imprensa de Fernandópolis a informação de que o comerciante José Maria Alves (falecido em 2006) e o ex-prefeito Newton Camargo (falecido em 2002) seriam homenageados com a denominação dos pontilhões da Brasilândia e do Jardim do Trevo, respectivamente. Os dois pontilhões estão sobre a rodovia Euclides da Cunha.
Embora as homenagens sejam justas, os marqueteiros tentaram atribuir a um pré-candidato a paternidade da iniciativa, embora seja de domínio público que, no caso de José Maria, a idéia partiu da Loja Maçônica Benjamin Reis; e, no caso de Camargo, desde sua primeira administração, na década de 80 época da construção do pontilhão do Jardim do Trevo já era forte a pretensão de se fazer essa homenagem, especialmente entre os membros do PMDB local.
O mais incrível de tudo é que, por força da Lei nº 12.616, de 26 de abril de 2007, promulgada à luz do Projeto de Lei nº 266/2006, de autoria do deputado estadual Campos Machado, o pontilhão conhecido como Trevo da Água Vermelha (também situado sobre a Euclides da Cunha) passou a se chamar Anézio José da Silva.
A lei foi promulgada pelo governador José Serra. Entretanto, passados sete meses, até hoje não há placa, letreiro ou qualquer indicação da homenagem no local, o km 554,1 da SP 320. Anézio José da Silva foi lavrador, funcionário da fábrica de tanino, construtor civil e militante político e religioso, atuando na Congregação Cristã do Brasil.