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População idosa deve crescer 23,5% nesta década em Fernandópolis



População idosa deve crescer 23,5% nesta década em Fernandópolis

A ONU – Organização das Nações Unidas – declarou o período 2021-2030 como a “década do envelhecimento saudável”. Manda um sinal claro de que é apenas trabalhando unidos, governos, sociedade civil e setor privado, de que não é apenas adicionar anos à vida, mas também melhor qualidade de vida a estes anos.

Com a população idosa aumentando a cada década, é necessário pensar em políticas públicas para atender a demanda que não para de aumentar. Na projeção da Fundação Seade, a população acima de 60 anos em Fernandópolis deverá crescer 23,5%. nesta década, depois de já ter apresentado um crescimento de 32% na década passada.

Na abertura da campanha de vacinação contra a Covid-19, Fernandópolis se surpreendeu com uma família que é símbolo do novo perfil. Numa única foto, publicada por CIDADÃO, cinco gerações de uma mesma família. A matriarca dona Francisca Cândida Jesus de Paula, com 107 anos de idade, a filha Amélia Cândida da Silva, de 90 anos, a neta Francisca Felisbina da Silva Pinheiro, 66 anos, a bisneta Silvia Sílvia Mara Pinheiro De Marchi de 37 anos e a tataraneta Lívia Pinheiro De Marchi de 9 anos.

Em agosto, por ocasião do Dia dos Pais, CIDADÃO entrevistou o senhor Armando Antonio Salioni do alto dos seus 98 anos (no registro de nascimento) ou 101 anos (como ele conta já que teria sido registrado com três anos de atraso), esbanjando lucidez, saúde e disposição. Esse é um retrato cada vez mais comum entre famílias fernandopolenses, comemorando datas festivas ao lado de familiares centenários.

INVERTENDO A PIRÂMIDE

Na última década, 2011-2020, a população acima de 60 anos em Fernandópolis cresceu 32%, passou de 10.621 em 2011 para 14.081 em 2020. O crescimento vai continuar nesta década, projeta a Fundação Seade. Em 2030, Fernandópolis deverá ter 17.401 moradores com idade acima de 60 anos, ou seja, crescimento de 23,5% na comparação com 2020. Em duas décadas, a população idosa terá aumentado 63,6%.

Na outra ponta da pirâmide o movimento é no sentido inverso. A população jovem está diminuindo. O número de habitantes entre zero e 19 anos, caiu de 16.250 em 2011 para 10.620 em 2021, redução de 34%.

A projeção para esta década até 2030 mostra que haverá um crescimento neste grupo da ordem de 19% e chegará 12.650 habitantes.

Nas demais faixas etárias, entre 20 e 39 anos, a década que está começando com 19.505 habitantes, segundo a Seade, chegará em 2030 com 16.474, queda de 15%. A faixa seguinte, de 40 a 59 anos, passará de 18.925 para 19.553 habitantes, um aumento de 3%.

BRASIL ENVELHECE

BRASIL ENVELHECE

O envelhecimento da população não é restrito a Fernandópolis. É um fato constatado no Brasil todo por diversas pesquisas. Dados recentes do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas -, indicam que a população acima dos 60 anos de idade triplicou nos últimos 50 anos no País, passando de 5,8% na década de 1970 para 18,8% em 2020. Especialistas atribuem o crescimento da população idosa no País a diversos fatores, como a queda na taxa de nascimentos. Enquanto entre 1980 e 1985 foram registradas 155.694 pessoas nascidas no Brasil, a previsão é de que entre 2045 e 2050 o número caia para 76 mil.

Se o quadro mostra que o brasileiro está vivendo mais por conta da melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas, com o avanço do saneamento básico, e os avanços da medicina, de outro lado, o cenário traz grande responsabilidade para a administração, que entre outras ações, terá de ampliar a rede de equipamentos e serviços públicos para atender especificamente à camada idosa da população.

Para a ONU, o envelhecimento saudável passa pelos pilares da saúde, conhecimento, direito a participação na sociedade e segurança e depende do engajamento de todos: poder público, sociedade civil organizada, setor privado, academia, mídia e cada indivíduo.

O educador físico Dejair Fernandes Senha, que atua no projeto do PELC Vila Nova revela que é cada vez maior o número de idosos que buscam praticar atividades físicas para garantir qualidade de vida.

“Devemos ressaltar que a prática de atividade física na terceira idade é importante para reduzir os danos causados à saúde do idoso no decorrer dos anos, como o enfraquecimento dos músculos, perda do equilíbrio, da agilidade, flexibilidade e resistência física”, apontou. O projeto tem várias atividades de inserção dos idosos.