População sente mais uma perda no cenário político fernandopolense

MAIS...
um golpe é desferido na população de Fernandópolis, especialmente nas camadas mais humildes. Sai de cena José Fernandes Santa Rosa, um dos mais populares políticos que a cidade conheceu em toda sua história. Tinha grande identidade com a periferia – que ajudou muito - e seu nome foi alavancado pela força do futebol, onde fez grandes investimentos.

MESMO...
não tendo vencido nenhuma das eleições que disputou, Santa Rosa marcou significativa presença nos pleitos. Em 2002, embora tivesse preparado o terreno, acabou não disputando a eleição de deputado, por não concordar com a extorsão de alguns dirigentes do Partido Verde, donos da legenda. Saiu do PV e foi para o Partido Social Cristão.

E FOI...
pelo PSC que Santa Rosa viria a disputar duas eleições em Fernandópolis. Em 2004, como candidato a prefeito, chegou em segundo lugar, conquistando quase 11 mil votos. Foi melhor que Armando Farinazzo, que ficou em terceiro, e ficou atrás de Rui Okuma, eleito prefeito. Faltaram-lhe experiência e recursos na reta de chegada.

PERSISTENTE...
Santa Rosa voltaria ao cenário político nas eleições de 2006 para disputar uma das cadeiras da Câmara Federal. Com campanha centrada em Fernandópolis e região, conquistou perto de 10 mil votos. Saiu satisfeito com o resultado, afinal, no calendário de seus sonhos estava a eleição municipal programada para dali a dois anos.

SEGUNDO...
pesquisas sérias, as chances de Santa Rosa eleger-se prefeito de Fernandópolis em 2008 eram grandes. Imbatível na periferia, ele já buscava uma composição para abrir-lhe as portas em outras faixas do eleitorado. Tanto é verdade que chegou a agendar um encontro com Armando Farinazzo para discutir a sucessão municipal. Ambos estavam otimistas quanto à possibilidade de uma coligação PSDB/PDC.

EXATAMENTE...
às vésperas do encontro com Farinazzo, marcado para 27 de outubro, Santa Rosa sentiu-se mal e viajou para São Paulo. Foi internado no Hospital Nipo-brasileiro com sérios problemas hepáticos. O quatro se agravou e Santa Rosa não resistiu, vindo a falecer aos 55 anos no domingo, 25, por volta de 17h30.

O MENINO...
que nasceu pobre, brincou no Córrego das Pedras, Fazenda Bom Jesus, e que passou alguns anos no bairro de Brasilândia, enfrentou na pele as conseqüências da falta de emprego em Fernandópolis. O caminho era morar no bairro e trabalhar na roça, mas Santa Rosa optou por São Paulo, onde já estavam seus irmãos. Trabalhou em empresa de pneus e anos depois instalou uma transportadora batizada com seu nome. Gostava de trabalhar, de futebol, de um bom conhaque, mas sua grande paixão era a política. Queria ampliar as condições de atendimento aos mais carentes.

PARA...
afastar de vez a onda de que era um aventureiro, sem residência própria em Fernandópolis, Santa Rosa já tinha alugado uma casa na rua Rio de Janeiro, próxima à Nossa Caixa, com espaço para instalação de um escritório político. Não houve tempo, a morte antecipou os fatos, alterando o quadro político. Decorridos alguns dias, quando se ouve o choro dos pobres que trocaram o tom róseo pelo preto do luto, e se constata a hipocrisia de alguns adversários, ninguém pode dizer, ainda, com segurança, com quem ficará o espólio político de Santa Rosa - grande, por sinal.