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Por todas as almas do mundo



Por todas as almas do mundo
“Porque Deus é tudo em tudo e porque eu sou filho de Deus. Se oro, o mundo me responde e se move quando eu me movo. Quando damos o primeiro passo, o universo retorna para nós” – Oração da Seicho-No-Ie escolhida por Marilande Lyra

A Seicho-No-Ie é um ensinamento de amor que prega que o ser humano é filho de Deus, que o mundo da matéria é projeção da mente e, também, revela qual é a verdadeira natureza do homem. É uma filosofia que transcende o sectarismo religioso, pois acredita que todas as religiões são luzes de salvação que emanam de um único Deus.

Foi fundada em 1° de março de 1930, no Japão, por Masaharu Taniguchi, que é um dos mais conhecidos e influentes líderes espirituais do Japão. Através de suas preleções, livros, artigos, etc., atinge milhões de pessoas. Suas mensagens são simples, objetivas e capazes de modificar vidas.

Segundo Osvaldo Camilo Nogueira, presidente da Associação Fraternidade de Fernandópolis, a Seicho-No-Ie pode ser considerada uma filosofia de vida e também uma religião, não há rigidez de conceito neste sentido. Ela tem como objetivo despertar no coração das pessoas a verdade de que todos são filhos de Deus e fazer com que, através de atos, palavras e pensamentos, tornemos este mundo um mundo melhor. Nogueira ainda afirma que aqueles que praticam os ensinamentos da Seicho-No-Ie aprendem a reconhecer sua verdadeira natureza de filho de Deus e, em conseqüência disso, começam então a ocorrer fatos milagrosos como reconciliação de lares em desarmonia, exteriorização de grandes talentos, êxito profissional, solução de problemas econômicos e amorosos etc. “O custo para participar da Seicho-No-Ie é a disposição, a fé e a vontade de trabalhar”, explica o presidente.

Seguindo esta filosofia de vida, o CIDADÃO encontrou Marilande Gonçalves de Castro Lyra, que vem colocando em prática os ensinamentos do mestre Masaharu Taniguchi. Atualmente ela é presidente da Pomba Branca, que representa a parte feminina da Seicho-No-Ie.

Como já é marca registrada desta guerreira, ela transcende todos os limites e por isso faz a diferença por onde passa. Prova disso é que vem se destacando na Seicho-No-Ie, através de campanhas dos “registros espirituais”, que são impressos criados especificamente para se escrever o nome de pessoas falecidas. Segundo Marilande, existem espíritos que ainda continuam presos às sensações da vida terrena; eles sentem fome, dor, carência etc. “Devemos ajudá-los, proporcionar-lhes paz e conforto. Quando você faz um registro espiritual para a alma de alguém que já partiu para o mundo espiritual, você vai colocar o nome dessa pessoa no registro e obviamente para escrever você pensa naquela pessoa, então naquele registro fica impregnado a sua vibração em relação àquela pessoa. Esse registro espiritual é enviado para a Academia de Ibiúna, onde existe um santuário. Lá é feita a evocação daquela alma do registro e durante um ano são feitas orações cinco vezes ao dia”, disse Marilande.

Ela fez os registros espirituais para todas as pessoas que morreram no vôo 3054 da TAM e também do vôo 1907, da Gol, que caiu em setembro do último ano. Marilande explica que esses registros foram feitos com a ajuda da população de Fernandópolis, que colaborou, foi “muito 10”, em um mês arrecadamos 227 registros. Para se fazer os registros espirituais na Seicho-No-Ie é necessário doar um valor simbólico de R$ 1,50 por cada um deles. “Os registros foram doados, preenchidos e encaminhados para o Santuário Hoozo, em Ibiúna”, explicou.

Agora Marilande está começando uma campanha para fazer os registros espirituais de todas as vítimas do 11 de Setembro. “Eu consegui a listagem dos 2897 nomes através do meu filho Abner, que entrou em um site internacional. Separei todos os nomes, recortei um por um com a data de falecimento. Então se alguém fala assim ‘vou colaborar com 10 registros’, eu mando para essa pessoa 10 papeizinhos. É importante ter respeito àquilo que você não vê, mas que na verdade existe. Então a pessoa pega esses dez nomes, passa cada um deles em um registro espiritual, atrás coloca seu nome como responsável espiritual por aquele registro e então ele é encaminhado para Ibiúna. Eu já recortei todos, deram duas caixas de papeizinhos. Faremos esta campanha até completarmos os 2897 registros espirituais”, contou Marilande.

Emocionada, ela diz que “cada uma dessas almas, ao receber essa indicação, estará muito feliz, pois é a mesma coisa de você chegar na pessoa que mais gosta e dar um presente. Então a pessoa quando receber esta vibração, este contato, certamente saberá quem é que o fez, é a lei do: ‘dás e receberás’”.

Marilande diz sentir-se privilegiada em poder colaborar “é uma satisfação poder ajudar materialmente falando e poder ajudar também espiritualmente, porque enquanto eu fui presidente da AVCC, durante cinco anos e meio, todos os pacientes falecidos no meu mandato receberam registros espirituais. Isso foi um compromisso espiritual muito grande que fiz (emoção), porque são pessoas que marcaram muito a minha vida, fizeram parte da minha caminhada, foi um trabalho espiritual muito bonito, porque eu acredito que o que colhemos materialmente foi só conseqüência”.

“O que eu estou fazendo vai beneficiar o maior número possível de pessoas? Vai. Então eu tenho certeza que é da vontade de Deus, tanto é que Ele trouxe você aqui hoje (referindo-se à reportagem do CIDADÃO). Comecei a trabalhar neste projeto faz dez dias (a matéria foi feita no último dia 23 de novembro), estamos dedicando um horário a Deus e as pessoas estão colaborando. Minha meta é que até o primeiro domingo de abril, quando acontecerá o Festival do Santuário Hoozo, todos os nomes estejam lá”, disse Marilande.

“Por que não vamos fazer com os falecidos daqui e vamos fazer com os falecidos dos EUA? Porque o espiritual não tem fronteiras. E se você tiver um filho nos EUA? Só porque mora em outro país não é gente? Todos são parte de uma só vida. O mundo é como uma teia e quando você toca a teia, você toca todos ao mesmo tempo. E assim é a parte espiritual. Estava lendo em um livro do mestre (Masaharú Taniguchi – fundador da Seicho-No-Ie) onde alguém perguntava: como é que vou fazer uma oração para quem mora nos EUA e que entende Deus como God? Então ele disse: não importa onde a pessoa esteja, quando você pronunciar Deus, ele vai entender na língua dele. Isso é maravilhoso”, explicou emocionada.

Segundo Nogueira, que está sendo presidente da Associação Fraternidade da Seicho-No-Ie de Fernandópolis pela terceira vez, “esta gestão está sendo muito especial, porque encontrei a Marilande, que me ensina muito. Aquilo que eu achava que já estava preparado, que já sabia, só veio agora, com as atitudes dela, que me fazem crescer muito, aliás, tem horas que ela me dá aula na parte que eu achava que já sabia. Fernandópolis é iluminada por ter uma pessoa como ela, e agradeço a Deus por isso. É bom ter dinheiro? É. Mas não adianta ter dinheiro se você não é feliz, se você não tem conhecimento da vida”.