Depois de quatro anos de inconstância, a Prefeitura de Fernandópolis estuda a possibilidade de não fornecer mais uniformes escolares aos alunos da rede pública municipal. A informação foi confirmada pela secretária municipal de Educação, Flávia Resende, em entrevista à Rádio Difusora, na segunda-feira, 29.
Desde 2013 os alunos de Fernandópolis sofrem com a inconstância no fornecimento das peças do conjunto escolar. Problemas nas licitações, falta de recursos e uma série de outros fatores fizeram com que por dois anos consecutivos, eles fossem entregues já no fim do ano letivo, quando nem serviam mais nas crianças.
No ano passado, no entanto, não houve a distribuição do uniforme e se depender da secretária de Educação, Flávia Resende, não haverá mais.
“O uniforme escolar não é considerado dentro do percentual educacional, não é uma obrigação do município. O que gastamos com uniforme é uma despesa que não tem como comprovar que investiu em educação, um ponto pacífico dentro do Tribunal de Contas. Nós gastávamos em torno de R$ 1,2 milhão, esse valor dentro da Educação para, desculpa a expressão, não investir em educação de verdade, é muito dinheiro para mim. É uma situação que politicamente é ruim que traz críticas o ano inteiro, mas não posso ser irresponsável. Sei o que estou fazendo quando decido algo desse tipo, precisamos direcionar os recursos para aquilo que de fato é obrigação”, disse ela.
Com os recursos que deixou de gastar com os uniformes, Flávia disse que conseguirá ampliar uma escola, bem como comprou mobiliário novo para todas as unidades.
“Para se ter uma ideia do que consigo fazer com esse dinheiro, está chegando móveis novos para todas as unidades escolares e vamos conseguir reformar a CEMEI ‘José Zantedeschi’, ampliando o número de berçários, praticamente dobrando o número de vagas. Enfim, é muito recurso para investirmos e não ser educação. Ninguém precisa ter uma camiseta para poder aprender, estando ou não com uma camiseta com o brasão da cidade você vai aprender do mesmo jeito”, completou.
Questionada sobre se o mesmo seria feito com o kit de materiais escolares, Flávia disse que não, pelo menos este ano, uma vez que é possível contabilizar o gasto com os mesmos no orçamento da pasta. Porém, uma promessa de campanha do prefeito André Pessuto deverá ser quebrada.
“Havia uma promessa de campanha para voltar o vale-material, então nós iniciamos um processo para fazer a aquisição do vale. Isso demorou, foi voltou, pareceres contrários até que pacificou que não poderia ser entregue o vale, tinha que ser por licitação, pois o vale acaba esbarrando na lei de licitações. Iniciamos novamente o processo para aquisição e já está em licitação para que este ano seja entregue o mais breve possível”, concluiu.
