Política

Preocupado, Vilar procura ajuda de deputados



Preocupado, Vilar procura ajuda de deputados
Luiz Vilar de Siqueira, presidente da Fundação Educacional de Fernandópolis, convocou uma coletiva de imprensa para expor a sua preocupação com a situação atual da cidade - deixando claro, desde o início, que quem se pronunciava era “apenas o cidadão Vilar”.

Indignado e triste, o ex-prefeito afirmou: “Eu nunca vi a cidade tão sem ação, sem forças. Estamos em estado de inércia”.

Vilar citou alguns órgãos que saíram de Fernandópolis e se instalaram em outras cidades da região como o Núcleo de Saúde, Regional de Policia, Escritório de CETESB, Distrital da CESP e Regional do Banespa.
Além disso, segundo informações que recebeu, o DEPRN (Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais), responsável pelo licenciamento das atividades e obras que impliquem na supressão de vegetação nativa, corte de árvores nativas, intervenção em áreas de preservação permanente e manejo da fauna silvestre, que funciona há 20 anos na cidade, será transferido para Jales, onde se juntará à CETESB (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental).

“O que me assusta é a passividade com que os poderes constituídos lidam com essas questões. Permitir que anos de luta para trazer esses órgãos sejam perdidos. A cidade precisa de explicações do Legislativo e Executivo. Eles devem parar com toda essas picuinhas e viabilizar uma prestação de contas quanto a essas atitudes”, exigiu Luis Vilar.

Um e-mail foi enviado ao deputado estadual Rodrigo Garcia, do PD, e ao deputado federal Júlio Semeghini, do PSDB, para que façam uma intervenção quanto à transferência do DEPRN. Segundo Vilar, é a única alternativa, já que a administração municipal tem demonstrado indiferença e a Associação de Amigos do Município está alheia a tudo isso.

“É a nossa obrigação como cidadão exigir providências quando os poderes constituídos não cumprem suas obrigações”, finalizou.

À tarde, no Palácio 22 de Maio, o vereador Alaor Pereira Marques refutou as declarações de Vilar, que é presidente do seu partido, o DEM (ex-PFL).

“Vilar gosta de fazer jogo de cena. Quando ele armou aquela encenação do “Dia do Fico” (cerimônia realizada na sede da FEF, onde professores e funcionários pediram-lhe que não se candidatasse a deputado estadual e ficasse na presidência da instituição), na verdade ele já tinha ouvido do (deputado) Rodrigo Garcia que não teria legenda. Eu estava junto e vi”, garantiu.

Também o assessor jurídico Ricardo Franco criticou o presidente da FEF: “Como é que ele usa a estrutura da Fundação, uma sala da Fundação, o ar condicionado da Fundação, a assessoria da Fundação, para falar de política?”, indignou-se.


Opinião

Indignação não é exclusividade do ex-prefeito
A atitude do ex-prefeito e atual presidente da FEF, Luiz Vilar de Siqueira, de convocar a imprensa para se queixar da inércia das pessoas que ocupam cargos estratégicos nos poderes constituídos, até poderia ser considerada pelos mais apressados como apenas um factóide político-eleitoreiro.

Porém, o próprio Vilar fez questão de dizer que falava como cidadão e presidente de partido político – e, como homem realizador que é, ele tem todo o direito. Há anos Vilar vem manifestando sua preocupação com a falta de visão dos homens públicos da cidade. Perdemos, ao longo dos anos, empresas e repartições públicas de relevante interesse. Sofremos “rasteiras” políticas de Votuporanga e Jales a todo instante. Vara Federal, companhia telefônica, delegacias, núcleo de saúde, regional do Banespa...

Há vários nomes importantes e respeitáveis da cidade que também se preocupam com os problemas que Vilar levantou, como o empresário Carlos Lima, filho da terra que luta há mais de uma década para ver concretizado o projeto do Porto Intermodal e encontrou a mais intransponível barreira não na burocracia oficial ou nas cidades concorrentes: o óbice estava aqui mesmo, no Poder Executivo.

Mas que não se gastem todas as pedras com a prefeita Ana Bim. Quase todos nós, de uma forma ou de outra, temos uma parcela de culpa. E, se meia-dúzia merece ser apedrejada pela ação, milhares de fernandopolenses terão que se escudar por conta de sua omissão. Acorda, Fernandópolis! Assumam, deputados!