O promotor público Thales Ferri Schoedl, acusado pela morte do jogador de basquete, Diego Mendes Modanez e de ter baleado outro na Riviera de São Lourenço, no litoral paulista, em dezembro de 2004, foi efetivado no cargo por decisão do Órgão Especial do Ministério Público Estadual e vai trabalhar no Fórum de Jales a partir de segunda-feira.
O Ministério Público não informou em qual vara das oito do município de Jales o promotor deverá atuar. O Fórum possui quatro varas criminais e quatro cíveis.
Schoedl, de 29 anos, ganhou o direito de atuar contra outros acusados de assassinato, continuando a receber o salário de R$ 10,5 mil.
O Órgão Especial do MPE entendeu que nem a acusação de assassinato nem a conduta profissional de Schoedl antes do crime eram suficientes para impedir sua efetivação como promotor de Justiça.
Sônia Modanez diz estar revoltada com a decisão do Ministério Público de manter Schoedl no cargo de promotor.
Nós tínhamos certeza que ele perderia o cargo, mas o corporativismo fala mais alto. Eu tenho vergonha da sociedade e das nossas leis. Enquanto eu viver, não vou desistir de clamar por Justiça, indigna-se Sônia.
O advogado da família, Pedro Lazarini, vai recorrer da decisão ao Conselho Nacional do Ministério Público na próxima semana. Pretendo transformar uma denúncia já feita à Organização dos Estados Americanos numa representação de possível violação de convenções internacionais. Me sinto impotente, diz.
O crime
Thales Ferri Schoedl matou Diego Mendes Mondanez e feriu gravemente o estudante Felipe Siqueira Cunha de Souza, às 4h do dia 30 de dezembro de 2004, na saída de um luau, em Riviera de São Lourenço.
O promotor disparou 12 tiros com uma pistola semi-automática calibre 38 contra os dois rapazes que teriam mexido com sua namorada. Preso em flagrante pelo crime, confessou os disparos e alegou que agiu em legítima defesa, pois fora acuado pelos jogadores.