Os promotores de Justiça Dênis Henrique Silva e José Rafael Guaracho Salmin Hussain, do Ministério Público de Fernandópolis, usaram a Tribuna Livre da Câmara Municipal no início da sessão ordinária de terça-feira, 5.
O objetivo dos representantes do MP era alertar os vereadores e a comunidade para a importância do projeto de lei do vereador Francisco Affonso de Albuquerque(PSB) que propõe a suspensão da queima da cana antes da colheita (se for aprovado, o projeto deverá entrar em vigor em 2011).
O primeiro a falar foi José Rafael, que garantiu que estudos científicos indicam que a queima da cana lança ao ar mais de 70 substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente, além de provocar o efeito-estufa. O promotor prosseguiu: Na época das queimadas, aumentam sensivelmente as internações, especialmente de idosos e crianças, com problemas respiratórios. Ele encerrou dizendo que não acredita que a mudança da lei vai gerar desemprego: Ao contrário, acho que a situação dos cortadores de cana só deve mudar para melhor.
Por sua vez, Dênis Henrique lembrou que pela Lei Orgânica do Município, artigo 223, o corte de cana já está proibido. Contudo, ele pediu a aprovação do projeto de Albuquerque, para instrumentalizar os fiscais do município no sentido de fazer cumprir a determinação de extinção das queimadas. Dênis citou os exemplos de Limeira e Rio Preto e garantiu que nada vai mudar na relação empregatícia; só mudará o modus operandi da colheita. O promotor encerrou suas palavras citando a comprovada ação cancerígena das queimadas, além do fato de que os carvõezinhos (partículas de fuligem que caem sobre as cidades após as queimadas) provocam sujeira e revolta das donas de casa.