Geral

Quando se deve buscar tratamento psiquiátrico para crianças e adolescentes



Quando se deve buscar tratamento psiquiátrico para crianças e adolescentes
É grande a dúvida na população sobre a necessidade de se recomendar ou procurar um tratamento psiquiátrico. Entre os elementos a serem observados incluem-se os comportamentos, as condições ambientais e existenciais adversas, os problemas nas relações sociais e no trabalho (ou escola), as alterações do sono, da alimentação, o abuso de álcool ou outras drogas, a expressão exagerada das emoções, as dificuldades em lidar com questões cotidianas, alterações da atenção e da adaptação, etc. Enfim, está em jogo a maneira de ser dessa pessoa, quando diferente morbidamente dos demais ou diferente morbidamente de como vinha sendo. É muito importante reconhecer que pessoas de diferentes idades apresentam sintomas e comportamentos diferentes e detectar precocemente a desadaptação de crianças, adolescentes e adultos pode contribuir para identificar problemas psiquiátricos no momento em que o tratamento seria mais eficaz. Os sintomas mais comuns de um possível problema emocional, de comportamento ou de desenvolvimento em uma criança ou adolescente que necessita de uma avaliação psiquiátrica podem incluir qualquer dos itens abaixo. É sempre bom salientar que essas alterações terão valor quando consideradas em conjunto com outras e não isoladamente. Vejamos exemplos de algumas situações que se recomenda uma avaliação:
1. - Redução significativa no rendimento escolar: Neste caso pode estar em jogo alterações do interesse e da atenção. Problemas domésticos e dificuldades na adaptação ao ambiente escolar também podem interferir. A partir dos 7 anos os problemas emocionais das crianças podem ser detectados principalmente em função do rendimento escolar e dos transtornos de aprendizado.
2. - Redução significativa no interesse e esforço escolar: A depressão infantil proporciona desinteresse geral. O ambiente escolar conflitante também pode ocasionar aversão à escola com prejuízo no interesse, assim como a falta de empatia com professores, principalmente se a criança foi colocada em situação vexatória diante dos colegas. As crianças portadoras de Déficit de Atenção sem Hiperatividade, mais comum nas meninas, podem produzir a falta de interesse também, bem como os quadros esquizofrênicos apresentam indiferença.
3. - Abandono de certas atividades antes desejadas: É outro sinal, bem como a perda de prazer com as coisas antes agradáveis. Pede muito um brinquedo e não se interessa em brincar com o mesmo depois que o possui.
4. - Distanciamento de amigos ou familiares: O retraimento social pode significar muitas coisas, desde a depressão infantil, fobia social, esquizofrenia, insegurança, até sentimentos de vergonha quando os pais brigam muito, quando um deles ingere bebida etílica, quando estão para separar-se...
5. - Perturbação do sono: Os exemplos de alterações do sono incluem o terror noturno, pesadelos, insônia e/ou hipersonia, sonambulismo, enurese (xixi na cama), não conseguir dormir sem a presença de um dos pais, etc. Essas alterações têm valor quando consideradas em conjunto com outras alterações de qualquer um dos demais itens apontados aqui.
6. - Hiperatividade, inquietação, irritabilidade e/ou agressividade: Qualquer dessas alterações pode representar um indício de depressão ou ansiedade infantil, as quais, geralmente, são bem diferentes do quadro dos adultos, e mais freqüentes que o próprio Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. O quadro mais grave que se manifesta com agressividade infantil e algumas vezes, com conflitos com a Lei, é o Transtorno de Conduta.
7. - Rebeldia, birra e implicância, atitudes de oposição: Existe um quadro denominado Transtorno de Oposição na Infância ou Desafiador Opositivo, onde a criança confronta qualquer tipo de autoridade, seja doméstica, social ou na escola.
8. - Recusa a participar de compromissos familiares antes aceitos: Aqui vale o mesmo do item 4, ou seja, pode significar desde a depressão infantil, fobia social (medo intenso), esquizofrenia, insegurança, até sentimentos de vergonha quando os pais brigam muito, quando um deles bebe etílicos, quando estão para separar-se ...
9. - Preocupação e/ou ansiedade excessivas: São indícios de depressão infantil ou, quando então, crianças anteriormente bem adaptadas socialmente, passam a apresentar preocupações não comuns para a idade e, ainda, questionamentos próprios de adultos, tais como a morte, o que fariam sem seus pais, preocupações com economia doméstica, etc. Quando há uma maneira repetitiva nessas preocupações, no perguntar ou no agir, não se permite errar, perfeccionista demais, suspeita-se de sintomas característicos do Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Também causam preocupação e/ou ansiedade excessivas os fatos citados no item 4.