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Quanto custa morrer em Fernandópolis



Quanto custa morrer em Fernandópolis
Pelos valores das taxas cobradas pela prefeitura, seria possível calcular o valor que o cidadão fernandopolense é obrigado a pagar para realizar um enterro, pois as taxas obrigatórias cobradas pelos cemitérios da cidade são fixas: uma gaveta é vendida a R$ 534,83, à vista. Se a família já possuir a gaveta, uma taxa é cobrada para realizar o enterro: R$ 37,48. Um jazigo, com quatro gavetas, é vendido a R$ 2.800,00. Se a família já possuir um jazigo, é cobrada somente uma taxa para o enterro: R$ 65,24.

Se a gaveta ou o jazigo for adquirido no dia do sepultamento, “não são cobradas as taxas para a realização do enterro, pois esses valores já estão embutidos nos preços, tanto da gaveta única quando do jazigo com quatro lugares”, garante Sebastião Joaquim Garcia, funcionário público municipal que há 15 anos trabalha no escritório dos Cemitérios.

A maior dificuldade nesse levantamento ocorre na hora de obter os preços dos caixões oferecidos pelas funerárias na cidade. O objetivo da reportagem era averiguar os valores de três opções de caixões: o mais barato, o mais caro e aquele que é mais vendido em cada funerária. Em todas, há um ofício afixado na entrada dos estabelecimentos, do ano de 2004, assinado pelo então prefeito, Adilson Campos, contendo uma lista de preços para os caixões, variando de R$ 255,00 até R$ 3.315,60, além de assegurar que outros “serviços” podem ser oferecidos, “onerosamente”, para a realização de um funeral. Nenhuma das funerárias divulgou preços de seus “serviços extras”, sendo estes onerosos e cobrados pela “preparação dos corpos”.

Segundo informações de uma fonte que preferiu não ser identificada, cada mês uma funerária seria responsável pelos serviços de preparação de um corpo, bem como a doação de um caixão, quando a família da pessoa falecida não tiver condições financeiras para arcar com os gastos de um enterro. Nos cemitérios há covas feitas diretamente na terra, sem gaveta ou outra proteção, destinadas a enterro de “indigentes”.

Conheça as informações que a reportagem conseguiu apurar junto às agências funerárias da cidade:

Funerária Fernandópolis, do Colombano
Um funcionário, que preferiu não se identificar, não quis informar valores, nem de caixões nem de serviços, alegando que o proprietário do estabelecimento estava viajando.

Funerária Pradela
O proprietário Orvacir Antonio Pradela, de 46 anos, há 15 no ramo, disse que a prefeitura tem tomado medidas para evitar o favorecimento desta ou daquela agência funerária. “Minha proposta é que, no mês que cabe à funerária a doação de caixões, ela fique também com a exclusividade para trabalhar nas pistas das rodovias”. A obtenção dos documentos necessários para tirar a certidão de óbito, fornecidos pela Santa Casa, atualmente é mais fácil, “depois que o (provedor) Junior Sequini assumiu”, diz o agente. Pradela tem caixões com os preços que constam da licitação. “Se a família quiser um produto diferenciado, também existe”, comentou. O IML não tem “rabecão”, e o transporte acaba ficando a cargo dos veículos das funerárias.

Funerária Sagrado Coração
O funcionário Gilton declarou que “a funerária tem por obrigação preparar o corpo para um adequado funeral. Porém, se a família optar, temos alguns serviços diferenciados no que se refere à preparação do corpo para o velório, isso depende do tempo que irá durar o velório, entre outras coisas”, alegou Gilton.
Ele ficou de passar os valores dos caixões e de outros serviços oferecidos pela Sagrado Coração, por fax. Até o fechamento desta edição nenhum fax chegou à redação do CIDADÃO.

Funerária Rosa Mística
Os funcionários Elisângela e Milton alegaram que deveriam primeiramente conversar com “Ronaldo de Votuporanga”, proprietário da Funerária, para obterem autorização sobre a possibilidade de divulgação de valores de caixões e outros serviços. Segundo os funcionários da Rosa Mística, Ronaldo não foi localizado até o fechamento desta edição.