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Quatro moradores não pagam. E prédio inteiro fica sem água



Quatro moradores não pagam. E prédio inteiro fica sem água
Os moradores do conjunto habitacional Sérgio Cavariani estão indignados com a inadimplência de quatro moradores que há cerca de quatro meses não pagam a parcela do condomínio que diz respeito à água.

O bloco 4 tem 40 apartamentos e apenas um hidrômetro, o que provoca um rateio do valor por igual entre os moradores, que passam a verba para a síndica Edilene Aparecida Vilela Pinto, 42; ela efetua o pagamento. Porém, a falta de repasse do dinheiro dos quatro moradores impede o pagamento da dívida e a SABESP efetuou o corte do fornecimento de água.

A síndica alega que no bloco há muitas crianças, moradores com deficiência e com leucemia e que a falta de água está gerando vários problemas. Os inadimplentes não estão respeitando as normas do condomínio ou de boa vizinhança e não querem efetuar o pagamento da divida e dos juros que estão correndo devido ao atraso.

Os moradores Antonio Marcos Mantovan, 36 e sua esposa Rosa Ana de Souza, 42, dizem que o problema existe desde quando tomaram posse dos apartamentos, e que a falha está na construção do residencial. Explicam: além do problema com a água, que acontece quase todos os meses nos 5 blocos do conjunto habitacional, no contrato consta que a construtora deveria colocar a fiação telefônica e da antena, o que não foi feito. Eles tiveram que pagar para instalar o serviço. O mesmo ocorre para colocar um hidrômetro em cada apartamento.

“Não podemos admitir essa inadimplência. Enquanto 36 famílias pagam suas contas em dia, outras quatro prejudicam todo o condomínio. Eu moro sozinho e mesmo assim pago a mesma quantia que uma família de 6 pessoas. A solução é a colocação de um hidrômetro por apartamento, cada um arcando com suas despesas.”, reivindica Abílio José da Silva, 58.

Tereza Alves de Oliveira, 52, afastada do trabalho por causa de uma depressão, alega, chorando, que não tem água nem para tomar seu antidepressivo e cuidar da filha e das quatro netas. “Não é justo pagar minha parte e mesmo assim ficar sem água e ainda levar quatro crianças às casas de outras pessoas para tomarem banho. Eu quero me mudar daqui”.

Os moradores já não sabem o que fazer. A síndica do bloco 4 já levou dois moradores ao Juizado Especial Cível, mas o processo é lento e eles estão sem água desde segunda-feira. Um caos está instaurado na CDHU e o sonho da casa própria acabou há muito tempo.